São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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PAINEL
Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br

Sem o reino de Deus

A Igreja Universal, que conseguiu emplacar na lista dos sanguessugas nada menos que 14 dos 16 deputados federais que elegeu em 2002, decidiu retirar o suporte financeiro necessário à reeleição dessa turma.
Na tentativa de reduzir o estrago de imagem para a organização que comanda, o bispo Edir Macedo conclamou os envolvidos no escândalo a não concorrer este ano, mas até o momento não foi ouvido nem dentro da própria família. O dono da Universal subiu pelas paredes com a irmã, Edna Macedo (PTB-SP), citada no depoimento dos donos da Planam como participante da quadrilha das ambulâncias. Ela, porém, insiste em disputar novamente vaga na Câmara.

Na TV. Lino Rossi (PP-MT), acusado de alastrar o esquema das fraudes com as ambulâncias, foi estrela do "Cidade Alerta", da TV Record, em 2004, quando substituía o titular Marcelo Resende. O padrinho do deputado foi o senador Magno Malta (PL-ES), outro evangélico na lista dos sanguessugas.

Para ontem. Tasso Jereissati escalou Gustavo Fruet (PR) para elaborar relatório até quarta com as evidências contra os seis deputados tucanos acusados de integrar a máfia das ambulâncias.

Sumário. Fruet pediu subsídios a Carlos Sampaio (SP), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, e avisou que vai fazer um relatório sucinto, evitando juízos de valor. Depois, caberá ao presidente do PSDB decidir se os acusados serão expulsos do partido ou apenas perderão a legenda.

Turno. A ala oposicionista do PP se mobiliza para, pela segunda vez no ano, substituir o presidente e o líder do partido na Câmara. Pedro Corrêa (PE) e José Janene (PR), abatidos pelo mensalão, deram lugar a Nélio Dias (RN) e Mário Negromonte (BA), agora na lista dos sanguessugas.

Bate-boca. As rádios de Pernambuco deram destaque ontem, ao longo do dia, a entrevista de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) acusando Humberto Costa de envolvimento no escândalo das ambulâncias. O candidato petista respondeu, depois, desqualificando o senador.

Etiqueta. José Dirceu diz que não ligou para Itamar Franco na tentativa de demover o ex-presidente do apoio a Geraldo Alckmin, gesto que seria "deselegante e desrespeitoso". Telefonou apenas "para marcar uma visita".

Vento sul. Pesquisa do instituto Methodus mostra Geraldo Alckmin com 35,9% no Rio Grande do Sul, contra 29,6% de Lula. Heloísa Helena (PSOL) tem 14,4%.

Climão. O presidente, que visita o Estado hoje, enfrenta uma rejeição de 49,8% entre os gaúchos. O percentual dos que não votariam em Alckmin é de 18,5%, enquanto Heloísa é rejeitada por apenas 15,4%.

Turbinado. Pela estratégia petista, os eventos de Lula passarão a ser acompanhados de mobilizações de militantes pelo país. No dia 12, quando o presidente deve desembarcar na Bahia, a sigla comandará manifestações de movimentos negros pró-reeleição também em outros Estados.

Troco. Em resposta aos petistas, a Força Sindical lança amanhã um núcleo de sindicalistas apoiadores de Alckmin. O grupo será coordenado por Miguel Torres, dos metalúrgicos de São Paulo.

Ansioso. Alckmin, que adora repetir receitas de vida saudável, tem se alimentado à base de fast food. Na quinta, almoçou pizza e comeu hambúrguer no lanche e no jantar. Nos intervalos, entupiu-se de bombons, Coca-Cola e café.

Passivo. Prefeitos do interior têm cobrado de José Serra promessas não-cumpridas de liberação de verbas feitas por Alckmin no início do ano.

Tiroteio

"A única coisa que os europeus podem ensinar ao presidente da Funai é como conseguiram exterminar os povos indígenas da América."


Do deputado federal ORLANDO FANTAZZINI (PSOL-SP), sobre o fato de Mércio Pereira Gomes, presidente da Funai, ter viajado mais para a Europa do que para Estados do Norte do país, onde se concentra a maior parte das tribos brasileiras.

Contraponto

Imperdível

Apreciador de longa data das cigarrilhas, Lula evita aparecer em público fumando, por questão de imagem, mas ignorou a cautela durante recente viagem oficial à Argentina. O presidente saía do hotel onde estava hospedado, em Córdoba, quando foi abordado por um homem que manifestou o desejo de cumprimentá-lo.
Lula deu ao fã uma recepção calorosa e, ao ver que ele carregava uma carteira repleta de cigarrilhas argentinas, saiu logo pedindo uma, no que foi atendido prontamente. O presidente justificou:
-Esta aqui eu conheço. É chique e poderosa!


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