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Jorge Araújo/Pool
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O presidente Lula chega a posse do colega Alan García no Peru |
ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Governo casa liberação de verbas com viagens de Lula
Na véspera de ida de presidente ao Sul, União anuncia repasse de R$ 612 mi à região
Empate mostrado pelo Datafolha com Alckmin na região alertou coordenação da campanha de petista, que fará comícios em SC e RS
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia antes de o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva viajar
em campanha pelo sul do país,
o governo federal anunciou ontem a liberação de recursos que
beneficiarão os três Estados da
região. Serão injetados R$ 600
milhões nos setores de movelaria, máquinas e implementos
agrícolas -recursos do FAT/giro setorial, administrado pelo
Banco do Brasil- e R$ 12,4 milhões do Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) no Rio
Grande do Sul.
Hoje, Lula fará dois comícios
no Estado, em São Leopoldo, e
em Porto Alegre. Amanhã, participa de comício no centro de
Florianópolis. Em seguida, almoça com empresários da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
O pior desempenho eleitoral
de Lula é na região Sul, onde está empatado com o candidato
do PSDB Geraldo Alckmin.
Conforme a última pesquisa
Datafolha, ambos têm 31% das
intenções de voto. O tucano,
em maio, chegou a liderar na
região, por 37% a 30%.
A destinação de verbas para
programas federais não é vedada pela legislação eleitoral. Os
ministros que anunciaram a liberação dos recursos negam
qualquer conotação eleitoral.
A Folha apurou que, na
quinta-feira, o próprio Lula solicitou ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que
viajasse às pressas para Florianópolis para anunciar a liberação de verbas a setores moveleiro e madeireiro. Bernardo
participou de encontro com
empresários na Fiesc ontem.
"Estamos anunciando essas
medidas em resposta a reivindicações que nos foram levadas
por esses setores. Eles foram a
Brasília há um mês e meio, fizeram audiências, reivindicaram, cobraram, mostraram os
problemas. E nós estamos
anunciando. Não vejo problema nenhum", disse o ministro.
Ação de governo
Segundo Bernardo, os ministros foram orientados a separar
ação de governo de campanha.
"Essas medidas que estamos
anunciando são ação de governo e foram tomadas para atender uma determinada reivindicação que havia", afirmou.
Bernardo, que é do Paraná,
vai acompanhar Lula na incursão pelo sul. Também estarão
junto do presidente os ministros gaúchos Tarso Genro (Relações Institucionais) e Dilma
Rousseff (Casa Civil).
O anúncio de liberação de
verbas, na avaliação de Tarso
Genro, "é absolutamente legítimo". "A separação do presidente do candidato é jurídica e formal. Não existe na esfera da política", justificou o ministro,
enfatizando que o primeiro escalão segue rigorosamente as
ordens para não misturar ações
de governo com campanha.
Para o ministro, não há "nenhuma determinação legal,
nem ética, nem moral" que impeça a liberação de recursos.
Esse procedimento só deve ser
evitado, diz ele, quando se tratar de uma "medida artificial",
para uma região que não precisa de recursos. Nesse caso, observa, "é errado e condenável".
Um interlocutor do presidente Lula, ligado à coordenação da campanha, afirma que o
eleitor não define o voto por
conta da liberação de recursos.
"Ainda mais no Sul, onde o eleitorado é ultrapolitizado", disse.
Esse auxiliar disse que a liberação de verbas antes das viagens
de Lula não será praxe na campanha. Como exemplo, cita as
últimas viagens de Lula a Minas Gerais e Pernambuco. "Não
anunciamos nada. Não acreditamos que o voto se dê em função disso."
Anúncio oficial
A ministra Dilma Rousseff
convocou ontem a imprensa,
em Brasília, para anunciar a linha de crédito com recursos do
FAT (Fundo de Amparo do
Trabalhador) a empresários
gaúchos. Nos últimos dias, a assessoria da Casa Civil disse que
Dilma receberia jornalistas para conversas informais.
O bate-papo se transformou
em pronunciamento oficial, na
sala de briefing do porta-voz da
Presidência. Para anunciar o
pacote, Dilma viajou ao Rio
Grande do Sul, onde se encontrou com empresários.
Colaborou a Sucursal Brasília
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