São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Casadinho

A parcela do governo favorável a algum entendimento com a oposição caso Lula se reeleja teve uma idéia: oferecer ao PSDB a presidência do Senado, em troca de apoio do partido a um nome do PT para comandar a Câmara. Os advogados desse acordo argumentam que o bloco oposicionista deverá ter maioria no novo Senado, legitimando a opção por um tucano à frente da Casa, e que as urnas podem contrariar a previsão de uma bancada petista muito menor que a atual na Câmara, facilitando a eleição de um petista.
Falta, é claro, combinar com o PMDB, que espera fazer a maior bancada de deputados. No Senado, Renan Calheiros já mandou passar o terno para a cerimônia de sua recondução à presidência.

Via alternativa. Aldo Rebelo (PC do B-SP), que, como Renan Calheiros, trabalha para permanecer na cadeira, já sabe que não poderá se fiar no PT. O presidente da Câmara tenta se acertar com o PFL e partidos menores.

Olha eu aqui. Até agora distante das conversas entre governo e PSDB para um "pacto" caso Lula seja reeleito em outubro, FHC passou o fim de semana articulando sua entrada na discussão.

Futuro. Emissários do ex-presidente foram a campo ontem em Brasília. Diziam que FHC vê a sucessão praticamente definida e já fala em planos do PSDB para 2010.

Será? O bloco de aliados que esperam abrigo no governo caso percam as eleições inclui Agnelo Queiroz (PC do B-DF) e Jaques Wagner (PT-BA). Lula tem dito que não dará emprego a todos os derrotados, como fez em 2003.

Fora do ar. A pedido da coligação do governador Luiz Henrique (PMDB-SC), o TSE barrou depoimento de Lula em defesa de José Fritsch. Para o ministro Ari Pargendler, há evidência de que o presidente usou o tempo de TV do candidato petista no Estado em seu próprio benefício.

Queimado. Aliados de Geraldo Alckmin em Pernambuco se queixam do vice José Jorge (PFL). Dizem que o senador, além de não fazer campanha, reclama de tudo e cria desavenças na coligação.

Progresso. A situação do candidato a deputado José Genoino (SP), que já foi considerada crítica nas projeções petistas, evoluiu para difícil, porém com chances.

Eu, não. O presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, diz que a direção da sigla não tem envolvimento em especulações sobre as chances de seus candidatos a deputado.

À cata. Aldo Rebelo mobiliza os líderes para votar na semana que vem a emenda que garante voto aberto na cassação de mandato. O presidente da Câmara já tem apoio de Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Jutahy Júnior (PSDB-BA).

Corrida. Deputados se apressam em pedir a demissão de parentes e cabos eleitorais antes da conclusão do recadastramento dos cargos de natureza especial. A lista deverá incluir apenas os que estiverem empregados na data de sua divulgação, o que poderá maquiar o resultado.

Banho-maria. Edmir Chedid (PFL-SP) entrega hoje o relatório da LDO paulista com o aumento dos gastos com educação de 30% para 31%. Orientados por José Serra, os governistas vão pedir vistas. O candidato tucano ao governo não quer o projeto votado antes das eleições.

Visita à Folha. Rodrigo César Rebello Pinho, procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Gabriel Bittencourt Perez, chefe de gabinete, de Neudival Mascarenhas Filho, assessor de Gestão de Informação, e de Rosangela Sanches, assessora de imprensa.

Tiroteio

"O plano todo cheira a mais uma tentativa do governo Lula de amordaçar a imprensa."
Do deputado NELSON PROENÇA (PPS-RS) sobre proposta em discussão na campanha do presidente que prevê uma legislação para assegurar mais "equilíbrio e proporção" na cobertura da mídia eletrônica.

Contraponto

Cor partidária

Em 1996, o PSDB organizou almoço em uma churrascaria de Londrina (PR) para celebrar aliança com o PT no segundo turno da eleição municipal. A casa adotava o modelo em que o círculo verde posto sobre a mesa indica que o cliente quer ser servido, e o vermelho, que não. Na mesa, ao lado das autoridades, os assessores petistas começaram a se irritar com os garçons:
-Não vem carne para a gente?-reclamou um deles.
O gerente da churrascaria foi à mesa esclarecer:
-Vocês não viraram o cartão do vermelho para o verde.
Sem graça, o assessor tentou se explicar:
-Desculpe. Achei que tinham identificado a mesa com a marca vermelha porque a gente é do PT.


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