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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Casadinho
A parcela do governo favorável a algum entendimento com a oposição caso Lula se reeleja teve uma
idéia: oferecer ao PSDB a presidência do Senado, em
troca de apoio do partido a um nome do PT para comandar a Câmara. Os advogados desse acordo argumentam que o bloco oposicionista deverá ter maioria
no novo Senado, legitimando a opção por um tucano à
frente da Casa, e que as urnas podem contrariar a previsão de uma bancada petista muito menor que a
atual na Câmara, facilitando a eleição de um petista.
Falta, é claro, combinar com o PMDB, que espera
fazer a maior bancada de deputados. No Senado, Renan Calheiros já mandou passar o terno para a cerimônia de sua recondução à presidência.
Via alternativa. Aldo Rebelo (PC do B-SP), que, como
Renan Calheiros, trabalha para permanecer na cadeira, já
sabe que não poderá se fiar no
PT. O presidente da Câmara
tenta se acertar com o PFL e
partidos menores.
Olha eu aqui. Até agora
distante das conversas entre
governo e PSDB para um
"pacto" caso Lula seja reeleito
em outubro, FHC passou o
fim de semana articulando
sua entrada na discussão.
Futuro. Emissários do ex-presidente foram a campo ontem em Brasília. Diziam que
FHC vê a sucessão praticamente definida e já fala em
planos do PSDB para 2010.
Será? O bloco de aliados que
esperam abrigo no governo
caso percam as eleições inclui
Agnelo Queiroz (PC do B-DF)
e Jaques Wagner (PT-BA).
Lula tem dito que não dará
emprego a todos os derrotados, como fez em 2003.
Fora do ar. A pedido da
coligação do governador Luiz
Henrique (PMDB-SC), o TSE
barrou depoimento de Lula
em defesa de José Fritsch. Para o ministro Ari Pargendler,
há evidência de que o presidente usou o tempo de TV do
candidato petista no Estado
em seu próprio benefício.
Queimado. Aliados de Geraldo Alckmin em Pernambuco se queixam do vice José Jorge (PFL). Dizem que o senador, além de não fazer campanha, reclama de tudo e cria
desavenças na coligação.
Progresso. A situação do
candidato a deputado José
Genoino (SP), que já foi considerada crítica nas projeções
petistas, evoluiu para difícil,
porém com chances.
Eu, não. O presidente do
PT-SP, Paulo Frateschi, diz
que a direção da sigla não tem
envolvimento em especulações sobre as chances de seus
candidatos a deputado.
À cata. Aldo Rebelo mobiliza os líderes para votar na semana que vem a emenda que
garante voto aberto na cassação de mandato. O presidente
da Câmara já tem apoio de
Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Jutahy Júnior (PSDB-BA).
Corrida. Deputados se
apressam em pedir a demissão de parentes e cabos eleitorais antes da conclusão do recadastramento dos cargos de
natureza especial. A lista deverá incluir apenas os que estiverem empregados na data de sua divulgação, o que poderá maquiar o resultado.
Banho-maria. Edmir Chedid (PFL-SP) entrega hoje o
relatório da LDO paulista
com o aumento dos gastos
com educação de 30% para
31%. Orientados por José Serra, os governistas vão pedir
vistas. O candidato tucano ao
governo não quer o projeto
votado antes das eleições.
Visita à Folha. Rodrigo
César Rebello Pinho, procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Gabriel Bittencourt Perez, chefe de gabinete, de Neudival Mascarenhas
Filho, assessor de Gestão de
Informação, e de Rosangela
Sanches, assessora de imprensa.
Tiroteio
"O plano todo cheira a mais uma tentativa do
governo Lula de amordaçar a imprensa."
Do deputado NELSON PROENÇA (PPS-RS) sobre proposta em discussão
na campanha do presidente que prevê uma legislação para assegurar
mais "equilíbrio e proporção" na cobertura da mídia eletrônica.
Contraponto
Cor partidária
Em 1996, o PSDB organizou almoço em uma churrascaria de Londrina (PR) para celebrar aliança com o PT no
segundo turno da eleição municipal. A casa adotava o modelo em que o círculo verde posto sobre a mesa indica que
o cliente quer ser servido, e o vermelho, que não. Na mesa, ao lado das autoridades, os assessores petistas começaram a se irritar com os garçons:
-Não vem carne para a gente?-reclamou um deles.
O gerente da churrascaria foi à mesa esclarecer:
-Vocês não viraram o cartão do vermelho para o verde.
Sem graça, o assessor tentou se explicar:
-Desculpe. Achei que tinham identificado a mesa com
a marca vermelha porque a gente é do PT.
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