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No Rio, "hospital de lata" de Cabral não reduz filas
Governo diz que atendimento melhora até outubro
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Principal aposta da campanha de Eduardo Paes (PMDB) à
Prefeitura do Rio, as UPAs
(Unidades de Pronto-Atendimento) têm problemas comuns
a toda a rede de saúde local:
longas filas e falta de médicos.
Criadas em 2007 no governo
Sérgio Cabral Filho (PMDB), as
unidades montadas em contêineres têm como função desafogar as emergências dos hospitais. Elas funcionam dia e noite
e contam com clínica médica,
pediatria, ortopedia, laboratórios para raio-X e outros 30
exames, e uma sala para pacientes mais graves que serão
transferidos para os hospitais.
Os "hospitais de lata", porém,
não diminuíram a procura pelos serviços nas emergências. A
Secretaria Estadual de Saúde
interpreta o dado como uma
prova de que havia uma "demanda reprimida" por saúde.
Os pacientes têm sofrido
com longas filas e falta de médicos. Em Irajá (zona norte), cerca de 70 pessoas formavam no
início da tarde de anteontem
uma fila fora da unidade à espera de atendimento. Dentro,
mais 57 pessoas aguardavam
ser chamadas. "Fui no hospital
Carlos Chagas e pediram para
vir para cá. Estamos há cinco
horas na fila esperando", disse
Nair Rosa dos Santos, 57.
Apesar dos problemas, a UPA
é o carro-chefe da campanha de
Paes, em segundo na pesquisa
Datafolha, com 17%. Apoiado
por Cabral, ele promete construir 40 unidades se for eleito.
Adversários afirmam que
Paes usa a máquina estadual
para angariar votos e reclamam
de uma gravação veiculada no
programa eleitoral realizada
dentro de uma UPA. "O que
Eduardo Paes está fazendo e
com muita propriedade é destacar que uma integração na
área da saúde entre município
Estado e União pode dar um resultado extraordinário", afirmou o governador.
O governo do Estado tem investido na divulgação das UPAs
e antecipou as inaugurações.
Estava prevista a instalação de
20 UPAs até 2010, mas todas
serão abertas até o fim do ano.
"Temos a necessidade de um
atendimento que não seja num
hospital, que foi feito para pacientes graves", disse o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes. Segundo ele, as filas devem diminuir a partir de outubro, quando acaba o treinamento de mais
de 5.000 concursados. "A partir
de 1º de outubro nós teremos
em todas as UPAs médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem do Corpo de Bombeiros. Acabaremos com essa precarização da força de trabalho,
e esses problemas, que são pontuais, deixarão de ocorrer."
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