São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2008

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No Rio, "hospital de lata" de Cabral não reduz filas

Governo diz que atendimento melhora até outubro

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Principal aposta da campanha de Eduardo Paes (PMDB) à Prefeitura do Rio, as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) têm problemas comuns a toda a rede de saúde local: longas filas e falta de médicos.
Criadas em 2007 no governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), as unidades montadas em contêineres têm como função desafogar as emergências dos hospitais. Elas funcionam dia e noite e contam com clínica médica, pediatria, ortopedia, laboratórios para raio-X e outros 30 exames, e uma sala para pacientes mais graves que serão transferidos para os hospitais.
Os "hospitais de lata", porém, não diminuíram a procura pelos serviços nas emergências. A Secretaria Estadual de Saúde interpreta o dado como uma prova de que havia uma "demanda reprimida" por saúde.
Os pacientes têm sofrido com longas filas e falta de médicos. Em Irajá (zona norte), cerca de 70 pessoas formavam no início da tarde de anteontem uma fila fora da unidade à espera de atendimento. Dentro, mais 57 pessoas aguardavam ser chamadas. "Fui no hospital Carlos Chagas e pediram para vir para cá. Estamos há cinco horas na fila esperando", disse Nair Rosa dos Santos, 57.
Apesar dos problemas, a UPA é o carro-chefe da campanha de Paes, em segundo na pesquisa Datafolha, com 17%. Apoiado por Cabral, ele promete construir 40 unidades se for eleito.
Adversários afirmam que Paes usa a máquina estadual para angariar votos e reclamam de uma gravação veiculada no programa eleitoral realizada dentro de uma UPA. "O que Eduardo Paes está fazendo e com muita propriedade é destacar que uma integração na área da saúde entre município Estado e União pode dar um resultado extraordinário", afirmou o governador.
O governo do Estado tem investido na divulgação das UPAs e antecipou as inaugurações. Estava prevista a instalação de 20 UPAs até 2010, mas todas serão abertas até o fim do ano. "Temos a necessidade de um atendimento que não seja num hospital, que foi feito para pacientes graves", disse o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes. Segundo ele, as filas devem diminuir a partir de outubro, quando acaba o treinamento de mais de 5.000 concursados. "A partir de 1º de outubro nós teremos em todas as UPAs médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem do Corpo de Bombeiros. Acabaremos com essa precarização da força de trabalho, e esses problemas, que são pontuais, deixarão de ocorrer."


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