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PAINEL
Rolo compressor
O cerco aos pequenos partidos, em curso no Congresso,
tem o aval de FHC. Após a proibição de coligações nas eleições
proporcionais, o que dificulta a
vida de Ciro Gomes (PPS), estão no forno a cláusula de barreira e a diminuição do tempo
de TV dos nanicos.
Bicada de todo lado
A idéia dos grandes partidos é
enxugar o quadro para 2002.
Sobreviveriam PFL, PMDB,
PSDB, PT, PPB e, talvez, PTB.
Mas pefelistas e peemedebistas
também esperam tirar algum
proveito em cima dos tucanos.
Novamente "Elle"!
Leopoldo Collor e Georges
Gazale têm discretamente procurado empresários para conversar sobre a controvertida
candidatura de Fernando Collor de Mello à Prefeitura de SP.
Conflagração política
Dirigentes da Articulação têm
citado o exemplo dos trabalhistas ingleses, que expulsaram os
grupos de esquerda para ganhar maior liberdade de movimento. É sintomático. O PT entrará rachado no congresso interno de novembro, em BH.
Ato em família
Por coincidência, um dos primeiras atos assinados por José
Carlos Dias (Justiça) foi o processo de naturalização de Mônica, mulher de José Serra (Saúde), chilena de nascimento.
Nariz torcido
A movimentação de Ciro
(PPS) tem incomodado FHC,
que só se refere ao ex-ministro
como "esse rapaz". Em conversa recente no Alvorada, por
exemplo, disse que Ciro circula
como se fosse "uma vestal",
mas fez negociações prejudiciais quando estava na Fazenda.
Expansão africana
A Petrobras está discutindo a
ampliação dos negócios da empresa na Nigéria, hoje avaliados
em US$ 27 mi anuais (em Angola chegam a US$ 98 mi). O
projeto é pelo menos triplicar o
investimento na exploração de
petróleo em águas profundas.
Prestígio em baixa
A execução orçamentária das
emendas de bancadas indicava,
até o dia 20, o Ceará em 1º lugar:
R$ 44 mi dos R$ 78 mi previstos
foram liberados. Vem em seguida Pernambuco, do vice
Marco Maciel, com R$ 20 mi
dos R$ 154 mi aprovados. São
Paulo não teve um centavo dos
R$ 104 mi acertados.
Pólvora no prelo
Mendonção está escrevendo
um livro em que pretende relatar sua passagem pelo governo.
FHC já foi informado do plano.
E, como previsto, não gostou.
Apenas um lembrete
Deixar para a Justiça Federal o
julgamento de crimes contra direitos humanos pode não ser
uma boa solução. Foi o STJ que
tirou Almir Gabriel (PA), seu
secretário da Segurança e o comandante da PM do julgamento de Eldorado do Carajás.
Olho gordo
A direção nacional do PT ainda não engoliu a bela recepção
do governador Jorge Viana
(AC) a FHC. Quer saber como
Zé Dirceu e Lula serão recebidos em viagens já programadas
para setembro e outubro.
Cartas na mesa
É consenso entre os próximos
de Covas que o vice-governador Geraldo Alckmin só não
disputa se não quiser a Prefeitura de São Paulo. Os outros oitos
pré-candidatos têm por ora o
peso modesto de figurantes.
Antigas bases
Por questão de vaidade, FHC
estaria magoado com o PSDB
paulista, que não teve a delicadeza de ao menos informá-lo
sobre a sucessão paulistana de
2000 ou pedir a ele sugestões.
Polarização clássica
Tem data marcada o confronto entre desenvolvimentistas e
monetaristas do governo: dia 2,
quinta, no seminário "Estabilidade e Desenvolvimento", que
reunirá o PSDB e os ministros
Malan (Fazenda) e Clóvis Carvalho (Desenvolvimento).
Tiroteio
De Marcelo Déda (PT-SE),
sobre o fato de o PMDB ter
substituído cinco de seus deputados na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para
impedir uma vitória dos ruralistas na votação do projeto que
anistiaria dívidas rurais:
- Não sei o que sairá mais
caro ao governo, o perdão aos
agricultores ou a lealdade do
PMDB.
Contraponto
Garganta profunda
O senador Suplicy (PT) era deputado federal, no início dos
anos 80, quando recebeu um telefonema anônimo que revelava, em detalhes, um suposto superfaturamento nas compras de
equipamentos pela Eletropaulo.
O possível responsável pela
operação: Sérgio Motta, diretor
da empresa e indicação de FHC
ao então governador de SP,
Franco Montoro.
Durante meses seguidos, o
"garganta profunda" foi de uma
perspicácia e de uma lealdade
inabaláveis. Orientava Suplicy a
buscar documentos ou o reorientava de forma correta. Tudo
para tentar atingir Motta e, por
extensão, seu padrinho político.
Passaram-se os anos até que,
no final da última legislatura, o
senador Gilberto Miranda (PFL-AM) mencionou o episódio a
Suplicy. Com muitos detalhes.
O mistério estava desfeito: Miranda fora o informante. Ele
que, já na época, utilizava terceiros para bombardear FHC. E
com munição pesada, de um arsenal do qual também sairia, em
98, o suposto dossiê Cayman.
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