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SÃO PAULO
Entre os que não têm chances de ir para o segundo turno, há aspirantes à Presidência da República, um ex-ator, um ex-jogador de futebol e radicais, tanto de direita como de esquerda
Conheça os microcandidatos na disputa
Abreu não declarou Mercedes à Justiça
DA REDAÇÃO
O candidato do PTN à Prefeitura de São Paulo, José Masci de
Abreu, 55, que se apresenta como
"um Zé", tem um Mercedes-Benz
não declarado à Justiça Eleitoral.
O carro, azul, ano 83, é usado
pelo motorista do candidato para
transportar as duas filhas de José
de Abreu. Uma, de 13 anos, estuda
no colégio de classe média alta
Pueri Domus. A outra, de 18, na
Fundação Getúlio Vargas.
O slogan de Abreu -"Nem madame nem doutor. Tá na hora de
um Zé lá na prefeitura"- contradiz o patrimônio dele.
Apesar de o Mercedes não ser
declarado, o carro pouco conta
em relação ao patrimônio do candidato. "Zé", como gosta de ser
chamado, é o segundo candidato
mais rico na disputa pela prefeitura. Declarou ao TRE possuir R$
2,98 milhões, ficando em segundo
entre os 16 candidatos à prefeitura, atrás apenas de Paulo Maluf
(PPB), que diz ter R$ 75 milhões.
Abreu tenta minimizar o fato de
o carro ser importado. "Esse carro
é um carro 83, que serve minhas
duas filhas. Fica na mão do motorista", afirma o candidato.
Informado de que o carro não
consta da declaração entregue ao
TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Abreu atribuiu a falha a um
possível equívoco. "Deve estar na
minha declaração. Tudo que é
meu está na minha declaração de
bens. Até meus quadros. Tudo.
Eu declaro tudo. Só se... mas não
acredito. Um carro tão velho..."
Em janeiro deste ano, quando
as multas do carro somavam pouco menos de R$ 3.000, Abreu disse: "As multas viraram um forma
de o Estado arrecadar mais. Eu
me nego a pagar essas multas".
Além do Mercedes, Abreu tem
mais três carros. Uma Grand Caravan importada, um Gol 96 e um
Peugeot 106, modelo 99.
Hoje milionário, Abreu se baseia na origem de classe média, no
bairro da Penha, e se diz confiante
de que estará no segundo turno.
"Nesta eleição vai falar o "fundão"
de São Paulo. O povo vai entender
o que estou falando. Não me afastei das minhas origens."
O candidato, que já foi duas vezes deputado federal, tenta angariar votos principalmente entre os
eleitores com origem nordestina.
Abreu explica como surgiu o interesse pela comunidade nordestina, há cerca de 15 anos: "Eu e minha mulher íamos muito ao Nordeste, passar férias, na parte boa
do Nordeste. Uma vez, voltando
de uma viagem, tinha um jornal
na porta da minha casa que dizia:
"Uma cidade ingrata com seus migrantes". Eu me interessei e achei
que aquilo era um grande processo de discriminação, de racismo,
de preconceito."
Ele é dono da Rádio Atual, com
a programação voltada para o público nordestino. Além dela, tinha, pelo menos até há um ano,
três rádios clandestinas.
Entre suas propostas, uma chama a atenção. "Pretendo colocar
uma taxa nas empresas que hoje
se apoderam do ar de São Paulo.
Essas empresas se apoderam do
ar, rebaixam a temperatura, embalam, e a maior conta do hospital é o oxigênio. E quanto é que a
comunidade recebe por isso?"
(PEDRO DIAS LEITE)
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