São Paulo, sábado, 29 de setembro de 2001

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PAINEL

Criar o clima
Deputados federais ligados a José Serra (Saúde) pressionam a Executiva do PSDB paulista a lançar, na próxima segunda, em reunião do partido, a candidatura do ministro à Presidência.

Só na boa
O comando do PSDB paulista apóia Serra, mas não quer dar o pontapé inicial para a candidatura. Para não dar a impressão de que traiu Covas, que defendia Tasso Jereissati. Prefere esperar a consolidação do nome do ministro para, só então, embarcar publicamente na campanha.

Operação de risco

A tese do lançamento imediato de Serra pode acabar causando um constrangimento ao ministro, caso os deputados insistam em colocá-la em votação na reunião do PSDB de segunda-feira. Membros da Executiva paulista dizem que o "não" venceria com razoável facilidade.

Ponto final
Novo presidente do Senado, Ramez Tebet (MS) telefonou ontem para Jader Barbalho e o aconselhou a renunciar rapidamente, a fim de evitar constrangimentos ao PMDB. O paraense respondeu que irá definir a data da renúncia no final de semana.

Tempo curto
A bancada do PMDB no Senado abriu mão de indicar o ministro da Integração Nacional, alegando que não há interesse em ficar três meses no cargo. O único disposto, Ney Suassuna (PB), é vetado pelo PSDB.

Mudança de sistema
A Comissão do Parlamentarismo da Câmara deve aprovar na próxima quarta-feira parecer de Bonifácio de Andrada (PSDB) favorável à adoção do sistema de governo no país a partir de 2006.

X-miséria
Professores em greve pretendem queimar seus contracheques em protestos nas universidades federais no Dia do Professor, em 15 de outubro. Devem promover também um café da manhã com pão e água, em protesto contra os baixos salários.

Dupla função
Ramez Tebet deixou o Senado ontem para inaugurar uma barragem no Piauí com o governador Mão Santa (PMDB). A obra foi feita pelo Ministério da Integração Nacional, ocupado por Tebet até a semana passada.

Ramal da família
O Ministério Público de MT localizou, entre 20 mil ligações telefônicas do caso Sudam, chamadas de empresas de José Osmar Borges, principal acusado das fraudes, para o gabinete do deputado José Priante (PMDB-PA), primo de Jader Barbalho.

Sintonia fina
O número de ligações das empresas de Osmar Borges para Jader cresce a cada dia de apuração dos procuradores federais. No início, sabia-se de 18 telefonemas. Hoje, já beiram os 500.

De olho na conta
A produtora GW, que trabalha para o PSDB e para o governo de SP, mobilizou técnicos para a gravação do pronunciamento de Aécio Neves, veiculado anteontem em cadeia nacional. Ainda não há agência contratada para a campanha de "resgate da imagem do Congresso".

Rubinho Barrichello
De Edison Lobão (PFL), vice-presidente do Senado, sobre Lula dizer que o PT está, na corrida presidencial, em situação semelhante à de Michael Schumacher: "Lula, de fato, desde 89 é sempre o pole position. Só que o importante não é saber quem sai na frente. Mas quem chega...".

Provocador militante
O ator Antônio Abujamra assinará na segunda-feira a ficha de filiação ao PSB de Anthony Garotinho e de Luiza Erundina.

Apuração sustada
O Tribunal de Justiça do Acre suspendeu liminarmente uma CPI na Assembléia que investiga operações bancárias do prefeito Flaviano Melo (PMDB).

TIROTEIO

Do deputado Ivan Valente (PT-SP), sobre Guido Mantega, assessor econômico de Lula, ter dito a banqueiros que "os radicais do PT não apitam no programa econômico do partido":
- O tal programa foi apropriado por economistas de ONG, que se derretem como manteiga na frente de especuladores financeiros.

CONTRAPONTO

Sincretismo religioso

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou recentemente um projeto que flexibiliza as normas sobre poluição sonora nos templos evangélicos.
O projeto foi aprovado com o apoio da prefeita Marta Suplicy (PT), após um acordo pelo qual um vereador evangélico votou em favor de projetos de interesse da petista.
No dia da votação, as galerias da Câmara estavam lotadas de evangélicos. Alguns vereadores aproveitaram a platéia para rechear seus discursos com passagens bíblicas.
Foi o caso de Antonio Goulart (PMDB), representante da torcida uniformizada Gaviões da Fiel no Legislativo paulistano.
Na tribuna, o vereador falou de Deus, citou a Bíblia e defendeu a paz. No entanto a empolgação foi demasiada. Dirigindo-se à platéia, confundiu:
- Que os tambores dos orixás protejam vocês!


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