São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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Mercadante indica que Fazenda não deve ficar com PT

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

ÉRICA FRAGA
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em reunião com empresários e banqueiros ontem pela manhã, o PT acenou com a possibilidade de o ministro da Fazenda em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva não ser filiado ao partido. "O Lula estará livre, quando da formação do ministério, para indicar um nome de fora do partido para comandar a economia", declarou o deputado federal Aloizio Mercadante, um dos porta-vozes econômicos.
A sinalização agradou aos presentes, segundo a Folha apurou. Empresários e representantes de bancos saíram do encontro elogiando os sinais de "amadurecimento" e "preparo" de Lula para governar o país.
Gente do mercado e líderes do PT intensificaram nos últimos dias a troca de figurinhas que deve definir alguns dos nomes da equipe econômica de um eventual governo Lula. Banqueiros, diretores de banco e economistas no mercado oferecem nomes e ameaçam vetos aos petistas, que retrucam na mesma moeda.

O ocupante da presidência do BC, nome que mais interessa ao mercado financeiro, continua sendo o grande ponto de interrogação. O PT vem recebendo sugestões por onde seus dirigentes têm passado na última semana.
Dentro do PT, dois nomes que estariam sido cogitados seriam os do economistas José Júlio Senna, ex-diretor do BC, e o de Joaquim Elói Cirne de Toledo, doutor em economia pelo MIT, professor de economia da USP e vice-presidente de Finanças da Nossa Caixa. O segundo não agrada nem um pouco ao mercado.
Henri Phillippe Reichstul, que acaba de deixar o comando da Globopar e já foi presidente da Petrobras, também poderia ser chamado. Os contatos com Reichstul são sendo intermediados por João Sayad, atual secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da administração de Marta Suplicy e ex-ministro do Planejamento de José Sarney.
Um ministério que deverá ficar nas mãos de representantes de confiança do partido é o do Orçamento. Guido Mantega, assessor econômico do PT e professor de Economia da FGV em São Paulo, que dirigiu a Secretaria de Orçamento da gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo, é forte candidato a ocupar o cargo. A função poderia ser exercida também por Sayad, cotado ainda para a Fazenda.
O Desenvolvimento poderá ficar com um empresário de renome ou com o economista Luciano Coutinho, professor da Unicamp. O economista defende a adoção de diretrizes claras de uma política industrial, que estimulem a competitividade de alguns setores. Já integra o grupo que define as principais linhas da política econômica do PT. Empresários lembrados para o mesmo cargo são Eugênio Staub (Gradiente) e Luis Fernando Furlan (Sadia).



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