O procurador eleitoral auxiliar do Piauí Kelston Lages pediu ontem a cassação do registro da candidatura do governador Hugo Napoleão (PFL), que disputa a reeleição, com base na prisão de três policiais militares que foram flagrados retirando propaganda política do PT das ruas de Teresina (PI) em 9 de setembro.
No Piauí, a eleição está polarizada entre o governador e Wellington Dias (PT). Os dois têm chance de vitória no primeiro turno, segundo as pesquisas. O governador é acusado pelo uso de PMs e de veículo oficial em benefício da sua candidatura. Quando foram flagrados, eles estavam em um carro da Secretaria da Agricultura, que estava cedido ao Gabinete Militar.
Segundo o procurador, houve orientação da cúpula da Segurança do Estado para a ação. O policial civil Tales de Moura Gomes, que prendeu os PMs, relatou em depoimento à Polícia Federal ter ouvido deles que o secretário da Segurança, Antônio José de Morais, o subsecretário Carlos Falcão e o comandante do Corpo da Guarda do Palácio do Governo, José Soares de Alencar Filho, estariam sabendo da ação. "Houve inúmeras contradições nos depoimentos deles", disse o procurador. O prazo de tramitação é de 72 horas.
Ele encaminhou uma representação ao Ministério Público Estadual para que seja apurada também a ocorrência de improbidade administrativa, cuja pena vai do pagamento de multa à perda da função pública e suspensão dos direitos políticos.
Segundo o subsecretário da Comunicação, Pedro Alcântara, o governador não tinha conhecimento da ação. Em nota, a Secretaria da Segurança afirmou que eles teriam pegado o carro sem autorização para "atividades de lazer particular". (ALESSANDRA KORMANN, da Agência Folha)



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