|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Planalto dá subsidiárias do BB ao PT
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde a posse do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o PT
passou a controlar praticamente
todos os cargos estratégicos do
Banco do Brasil. Apesar de ter indicado um executivo de perfil
mais técnico para presidir o BB, o
governo entregou o comando das
principais subsidiárias para pessoas ligadas ao partido.
É o caso da Previ -maior fundo de pensão da América Latina-, da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do BB), da
BB DTVM (corretora pertencente
ao BB) e da Fundação Banco do
Brasil. Todas essas instituições
são, hoje, presididas por pessoas
com ligações fortes com o PT.
Cargos de segundo escalão dentro do BB também foram distribuídos a pessoas ligadas ao PT.
Conforme a Folha revelou no último dia 17 de agosto, um terço dos
150 principais executivos do banco foram substituídos com a chegada do novo governo. Foram
trocados cinco dos sete vice-presidentes, 8 dos 15 diretores e sete
dos dez gerentes-gerais.
"Nunca houve, na história do
banco, uma substituição de técnicos feita com a ganância que se
observa neste governo", diz o presidente da Anabb (Associação
Nacional dos Funcionários do
BB), Valmir Camilo.
A dança das cadeiras foi tão intensa que superlotou a sala que,
no sexto andar da sede do BB, em
Brasília, era destinada aos executivos que perdem seus cargos e
ainda não têm uma nova função
definida. Neste ano, as substituições foram tantas que a sala passou a não comportar tanta gente e
acabou sendo fechada.
Filiado ao PPS, Camilo critica a
politização da distribuição de cargos de nível técnico do BB. "Parece que há uma regra dizendo que
o simples fato de a pessoa ter sido
dirigente sindical dá a ela capacidade para trabalhar no banco."
O BB sempre foi um tradicional
reduto petista, por onde passaram nomes que, hoje, ocupam
postos de destaque no governo,
como o ministro da Previdência,
Ricardo Berzoini. Para presidir o
banco, porém, o governo quis evitar a politização e indicou Cássio
Casseb, que se envolveu pouco
com política ao longo de sua carreira, construída em empresas como o Citibank e a Credicard.
Desde a posse de Lula, porém,
muitas pessoas ligadas ao movimento sindical foram indicadas
para outros cargos no banco ou
em alguma de suas divisões.
É o caso, por exemplo, da Previ,
que tem um patrimônio estimado
em R$ 43,6 bilhões. O comando
do fundo de pensão foi entregue a
Sérgio Rosa, ex-diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo
-que já foi presidido Berzoini.
Já a BB DTVM (distribuidora de
títulos e valores mobiliários do
BB) ficou com Nelson Rocha Augusto. Economista formado pela
Unicamp, Augusto foi secretário
de Planejamento do então prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, hoje ministro da Fazenda.
A Cassi é presidida por Sérgio
Vianna, ex-vice-presidente do
Sindicato dos Bancários do Distrito Federal e ligado à CUT.
Texto Anterior: Método petista: Loteamento de cargos cresce e chega aos bancos estatais Próximo Texto: Presidência e diretorias do Basa têm nomes indicados por 3 governadores Índice
|