UOL

São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidência e diretorias do Basa têm nomes indicados por 3 governadores

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O governo federal só preencheu em abril os cargos de primeiro escalão do Basa (Banco da Amazônia S.A). A demora foi motivada por negociações com os governadores da região Norte, de Mato Grosso e do Maranhão.
Coube ao governador do Acre, Jorge Viana (PT), a indicação do presidente da instituição, Mâncio Lima Cordeiro. Economista, professor da Universidade Federal do Acre, Lima foi secretário da Fazenda no governo de Viana.
O PT ainda indicou mais dois diretores. Uma terceira diretoria ficou com o PPS, uma com o PMDB e outra com o PFL.
"Indiquei o Mâncio com um peso no coração, não para aumentar a força política do Acre, mas para ajudar a Amazônia e o Brasil, porque ele era um excelente secretário", disse o governador, por meio de sua assessoria de imprensa.
O Basa é um banco comercial e de fomento, agente financeiro da política do governo federal para o desenvolvimento da Amazônia Legal. A carteira de investimentos chega a R$ 8 bilhões. O banco tem 4.000 funcionários e 83 agências.
O PT indicou para a diretoria de Assuntos Estratégicos o técnico João Batista de Melo Bastos (ex-presidente da Associação dos Empregados do Basa). Para a diretoria de Crédito, a pedido do Sindicato dos Bancários do Pará, Milton Cordeiro (funcionário de carreira e ex-diretor da Associação dos Empregados do Basa).
O senador José Sarney (PMDB-AP) indicou Evandro Bessa para a Diretoria Financeira. Bessa é ex-presidente do Banco do Estado do Maranhão e fez carreira no BNH (Banco Nacional de Habitação).
O governador de Tocantins, Marcelo Miranda (PFL), indicou José Carlos Rodrigues Bezerra para a Diretoria de Suporte de Negócios. Ele é ex-gerente executivo do Banco do Estado de Tocantins.
O governador Blairo Maggi (PPS) indicou Francisco Serafim Barros para a Diretoria Administrativa. Barros é funcionário de carreira e ex-diretor executivo do Banco do Estado do Mato Grosso.

PT preside BNB
Assim como em outras instituições públicas federais, o BNB (Banco do Nordeste do Brasil) também serviu para alocar petistas e outros políticos derrotados nas últimas eleições. Dos seis diretores nomeados, três têm vínculos político-partidários, que passam pelo PT, pelo PMDB e pelo PPS.
É dos petistas o cargo mais importante, a presidência do BNB, comandada pelo economista Roberto Smith, militante do PT desde a fundação do partido.
Entre os políticos derrotados em eleições passadas alocados em cargos de direção no banco, está outro petista, Pedro Eugênio de Castro Toledo Cabral, de Pernambuco, atual diretor de Gestão do Desenvolvimento do BNB. Ele é suplente de deputado.
Ex-deputado federal e estadual, Cabral, porém, tem experiência em finanças e sua nomeação foi também atribuída a critérios técnicos. Ele é economista e professor do Departamento de Economia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e chegou a ser secretário da Fazenda durante o terceiro mandato do ex-governador Miguel Arraes (PSB).
O menos experiente em bancos indicado a uma diretoria do BNB é o ex-governador da Paraíba Roberto Paulino (PMDB), derrotado no segundo turno da última eleição ao governo do Estado. Sua nomeação foi confirmada em junho, para chefiar a diretoria de assuntos estratégicos do BNB.
Ao mesmo tempo em que satisfez o PMDB com a nomeação, o presidente Lula pagou uma dívida de gratidão: Paulino e outro nome forte do PMDB paraibano, o senador José Maranhão, romperam com o PMDB na eleição passada para apoiar o petista à presidência, em detrimento ao candidato do partido, José Serra (PSDB).
Dos seis diretores, o nome considerado mais técnico é o do ex-superintendente do Banco do Brasil, Francisco de Assis Germano Arruda, que assumiu a diretoria de negócios e gestão de pessoas. Foi indicado por Antônio Palocci Filho (Fazenda).



Texto Anterior: Planalto dá subsidiárias do BB ao PT
Próximo Texto: Ex-sindicalistas e apadrinhados ocupam CEF
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.