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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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D. Eusébio escolheria africano para papa

FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Novo cardeal brasileiro, d. Eusébio Oscar Scheid, 70, disse que escolherá um cardeal africano se tiver que votar no sucessor do papa João Paulo 2º. "A África está sofrendo muito", afirmou.
Embora tenha manifestado a intenção de votar em um cardeal africano, d. Eusébio disse que o próximo papa poderá ser um latino-americano, por causa do grande número de católicos nas Américas. "Não gosto de falar de novo papa porque parece que a gente não está mais confiando no papa atual", disse, acrescentando que espera não ter de votar no sucessor de João Paulo 2º.
A sucessão no comando da Igreja Católica só é definida após a morte do papa. Depois do enterro, o Colégio Cardinalício, do qual d. Eusébio passa a fazer parte, se reúne para decidir quem será o novo papa. Só os cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto, mas todos são elegíveis.
O arcebispo da Arquidiocese do Rio recebeu com aparente surpresa e gratidão a indicação para o Colégio Cardinalício, feita ontem por João Paulo 2º. Ele atribuiu a nomeação à "importância do Rio, porque já é tradição que todos os bispos da cidade sejam elevados a cardeal". "Não ansiava pelo título. Eles não dizem nada, se esvoaçam no tempo e no espaço. O que permanece é a dignidade da sede, com uma história secular", disse.
O novo cardeal rezou ontem de manhã uma missa na Catedral Metropolitana do Rio (centro). O bispo emérito de Campos (RJ), d. João Corso, leu, no início da missa, a carta em que a Nunciatura Apostólica no Brasil anunciava a escolha. Após a missa, d. Eusébio falou sobre a nomeação.
Ele preferiu não abordar questões polêmicas, como a situação social e a violência. Agradeceu ao papa e disse que não mudará: "Estou me sentindo grato ao papa, mas continuo o mesmo. Minha função é ser arcebispo". Ressaltou que, agora, suas responsabilidades aumentam, já que as funções de cardeal não se restringem à arquidiocese. Entre os pontos negativos, disse não gostar das viagens que terá de fazer.
Arcebispo emérito do Rio e antecessor de d. Eusébio na arquidiocese, o cardeal d. Eugenio Sales elogiou a escolha: "Alegrei-me com a nomeação. Assim, a querida Arquidiocese do Rio terá como pastor um cardeal".



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