Senador diz que haverá "brutal injustiça" caso ele seja prejudicado na eleição pelo envolvimento de seu assessor no caso do dossiê

"Quando for concluída a investigação, ficará provado que não tenho participação neste episódio", diz petista ao lado de Marta e de Aldo

MATHEUS PICHONELLI
DA REDAÇÃO

Às vésperas das eleições, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, disse ontem que vive um pesadelo na campanha e em sua vida pessoal e fez um apelo à imprensa e aos eleitores para que lhe dêem um voto de confiança.
O petista tentou demonstrar força ao reunir lideranças petistas para uma caminhada no centro de São Paulo um dia depois de a Polícia Federal divulgar a informação de que o ex-assessor de comunicação da sua campanha Hamilton Lacerda entregou a mala de dinheiro aos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha.
Gedimar e Valdebran foram presos com R$ 1,7 milhão, que serviria para pagar um dossiê contra José Serra (PSDB).
Ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), Mercadante afirmou que ocorrerá uma "brutal injustiça" caso ele seja prejudicado na eleição por causa da atitude de seu assessor. "A história vai demonstrar: quando for concluída a investigação, ficará comprovado que eu não tenho participação neste episódio."
Mercadante minimizou o papel de Lacerda na campanha, dizendo que sua única atribuição era acompanhar os programas de TV e rádio. O senador disse que, desde que soube do envolvimento do assessor, não falou mais com Lacerda e, portanto, não procurou saber a origem do dinheiro interceptado pela PF. "Não tentei conversar com ele porque acho que houve uma quebra de confiança."
Ele disse também esperar que a PF identifique a origem do dinheiro e todos os responsáveis antes das eleições. "Isso poderia tirar um pesadelo que vivo na minha campanha e na minha vida neste momento."


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