São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE

Para Alckmin, "Lula fujão" falta para evitar explicações

Lula repete atitude de FHC em 1998, quando tucano era líder e concorria à reeleição

No Rio, o presidenciável voltou a criticar "operação tartaruga da Polícia Federal" na investigação do caso do dossiê contra tucanos


CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem em nota que o adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva, é "fujão" e "evita debate para não ter de explicar os escândalos" do mensalão, dos sanguessugas, dos vampiros e do dossiê contra tucanos.
Para o tucano, "o petista foge da discussão, ignora a opinião pública e se nega a explicar a corrupção em seu governo". "Sabendo que sua atitude é vergonhosa, Lula só avisou a emissora [TV Globo] no início da noite. O petista já havia fugido dos debates nas TVs Band e Gazeta", afirma a nota.
Antes do debate, Alckmin fez campanha ontem no calçadão de Copacabana (zona sul do Rio) sob os gritos de "chega de cuecão, agora é Geraldão", entoados apenas por seus próprios cabos eleitorais.
Na frente do hotel Copacabana Palace, Alckmin falou sobre "uma grande operação tartaruga" na investigação da compra do dossiê que envolveria ele e o candidato de seu partido ao governo de São Paulo, José Serra, no escândalo dos sanguessugas e disse que acredita no envolvimento de mais pessoas no caso.
"Triste é que, 13 dias depois, ninguém sabe quem são os donos das contas. Não sabem quem é o dono do dólar, como é que o dólar entrou no país. A culpa disso é obvio que é do governo e dessa história de ter que deixar tudo para depois da eleição. O que tem a ver eleição com problema criminal?" Segundo Alckmin, que não citou nomes, há mais envolvidos.
"Tem muito mais gente envolvida nisso. Até agora, só tem seis ou sete assessores do Lula, a direção do PT, a campanha toda do Lula, pegando do coordenador da campanha e presidente do partido, ao churrasqueiro, ao diretor do Banco do Estado de Santa Catarina e o diretor do Banco do Brasil".
O candidato afirmou estar confiante de que haverá segundo turno. "É impossível com 35% não ter segundo turno. E mais, continuamos crescendo." Questionado sobre possíveis alianças em eventual segundo turno, Alckmin disse só estar "otimista" e que seria "deselegante" com candidatos especular agora com coisas à frente. Há um ditado que diz "só tire as sandálias na hora que chegar à beira do rio", e vai ser assim".
Com sua ausência, Lula repetiu a atitude de Fernando Henrique Cardoso em 1998, quando o tucano concorreu à reeleição. À época, o ex-presidente, então favorito nas pesquisas, disputava o segundo mandato e se recusou a debater. O petista criticou o tucano e disse que parte da mídia ignorava a eleição.


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