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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE
Para Alckmin, "Lula fujão" falta para evitar explicações
Lula repete atitude de FHC em 1998, quando tucano era líder e concorria à reeleição
No Rio, o presidenciável voltou a criticar "operação tartaruga da Polícia Federal" na investigação do caso do dossiê contra tucanos
CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem em nota que o adversário petista, Luiz Inácio
Lula da Silva, é "fujão" e "evita
debate para não ter de explicar
os escândalos" do mensalão,
dos sanguessugas, dos vampiros e do dossiê contra tucanos.
Para o tucano, "o petista foge
da discussão, ignora a opinião
pública e se nega a explicar a
corrupção em seu governo".
"Sabendo que sua atitude é vergonhosa, Lula só avisou a emissora [TV Globo] no início da
noite. O petista já havia fugido
dos debates nas TVs Band e Gazeta", afirma a nota.
Antes do debate, Alckmin fez
campanha ontem no calçadão
de Copacabana (zona sul do
Rio) sob os gritos de "chega de
cuecão, agora é Geraldão", entoados apenas por seus próprios cabos eleitorais.
Na frente do hotel Copacabana Palace, Alckmin falou sobre
"uma grande operação tartaruga" na investigação da compra
do dossiê que envolveria ele e o
candidato de seu partido ao governo de São Paulo, José Serra,
no escândalo dos sanguessugas
e disse que acredita no envolvimento de mais pessoas no caso.
"Triste é que, 13 dias depois,
ninguém sabe quem são os donos das contas. Não sabem
quem é o dono do dólar, como é
que o dólar entrou no país. A
culpa disso é obvio que é do governo e dessa história de ter
que deixar tudo para depois da
eleição. O que tem a ver eleição
com problema criminal?" Segundo Alckmin, que não citou
nomes, há mais envolvidos.
"Tem muito mais gente envolvida nisso. Até agora, só tem
seis ou sete assessores do Lula,
a direção do PT, a campanha toda do Lula, pegando do coordenador da campanha e presidente do partido, ao churrasqueiro,
ao diretor do Banco do Estado
de Santa Catarina e o diretor do
Banco do Brasil".
O candidato afirmou estar
confiante de que haverá segundo turno. "É impossível com
35% não ter segundo turno. E
mais, continuamos crescendo."
Questionado sobre possíveis
alianças em eventual segundo
turno, Alckmin disse só estar
"otimista" e que seria "deselegante" com candidatos especular agora com coisas à frente.
Há um ditado que diz "só tire as
sandálias na hora que chegar à
beira do rio", e vai ser assim".
Com sua ausência, Lula repetiu a atitude de Fernando Henrique Cardoso em 1998, quando
o tucano concorreu à reeleição.
À época, o ex-presidente, então
favorito nas pesquisas, disputava o segundo mandato e se recusou a debater. O petista criticou o tucano e disse que parte
da mídia ignorava a eleição.
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