São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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PF diz que nem nota seriada pode ser rastreada

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal informou ontem que o Brasil não tem os mecanismo necessários para rastrear o caminho do dinheiro utilizado para a compra de um dossiê contra candidatos tucanos. Nem os reais nem os dólares, mesmo os seriados, poderão levar ao verdadeiro proprietário dos recursos.
A afirmação é de delegados da PF paulista especializados no combate à lavagem de dinheiro. O principal obstáculo à investigação, afirmam, é o fato de o Banco Central não controlar a entrada de moeda estrangeira pelo número de série das notas. Sabe-se apenas a quantidade e o banco que recebeu os valores.
O BC também não exige das financeiras o registro do número de série dos lotes recebidos e repassados para centenas de pessoas físicas e jurídicas.
Dos US$ 248,8 mil apreendidos no hotel Ibis em São Paulo, US$ 109,8 mil são notas seriadas. Graças à Casa da Moeda dos Estados Unidos, que tem um controle baseado no número das cédulas, a PF descobriu que o lote seriado foi enviado ao banco Sofisa, em São Paulo.
Como o Banco Central não exige de nenhuma financiadora o registro das cédulas, a Polícia Federal está levantando todos os clientes do banco nos últimos meses. O documento, segundo a Sofisa, foi entregue ontem à PF.
Se o sacador dos dólares na Sofisa foi uma pessoa física, a investigação deve ser facilitada. No entanto, o banco informou que seus maiores clientes são corretoras de câmbio, também autorizadas pelo BC a negociar moeda estrangeira.
A Sofisa informou, por meio de nota, que todas as operações com moeda estrangeira realizadas pelo banco são registradas no BC e identificadas obedecendo todas as prescrições legais. As exigências não incluem o registro do número de série das notas.


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