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ELEIÇÕES 2006/ CRISE DO DOSSIÊ
Dólares teriam um só comprador em 4 locais
Segundo a Folha apurou, há registro do dinheiro nas corretoras EBS, Action, em agência bancária e em uma quarta instituição
Em dois lugares, a moeda estrangeira teria sido comprada do banco Sofisa, sediado em SP, que trouxe ao país lote de US$ 15 mi
SHEILA D'AMORIM
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma parte dos dólares
apreendidos com petistas que
tentavam negociar um dossiê
contra o candidato tucano ao
governo de São Paulo, José Serra, teria sido comprada por
uma única pessoa em, pelo menos, quatro lugares diferentes.
Segundo a Folha apurou, as
corretoras EBS e Action estão
entre as que têm o registro de
uma parcela do dinheiro.
Além dessas duas corretoras,
ainda haveria uma terceira instituição autorizada a operar
com câmbio e também uma
agência bancária. Duas dessas
instituições teriam comprado a
moeda estrangeira diretamente do banco Sofisa, que tem sede em São Paulo e trouxe para
o país um lote de US$ 15 milhões. Como parte do dinheiro
estava seriada e ainda tinha a
cinta da casa da moeda dos Estados Unidos, ficou mais fácil o
rastreamento.
Prisão
No dia 15 de setembro, a PF
apreendeu no hotel Ibis Congonhas, em São Paulo,
US$ 248,8 mil que fariam parte
de um pagamento total de
R$ 1,75 milhão. Entre os dólares, havia um montante de
US$ 110 mil em notas seriadas,
que foram emitidas pela casa da
moeda norte-americana em
abril deste ano.
A pedido da Polícia Federal, o
dinheiro foi rastreado pelas autoridades americanas, daí o
surgimento do Sofisa. De acordo com a nota oficial que foi divulgada no início da noite de
ontem pelo Sofisa, o banco adquiriu os recursos do Commerzbank de Frankfurt no dia
15 de agosto. A operação foi registrada no Banco Central que
atestou a regularidade da entrada do dinheiro.
Os dólares, que, segundo o
Sofisa, foram transportados pela empresa Brinks, entraram no
país no dia 17 e ficaram guardados no cofre da própria transportadora.
Desde então, até o dia 15 de
setembro, o Sofisa negociou os
dólares com três pessoas físicas, três empresas e 14 instituições autorizadas pelo BC a operar com câmbio. Isso inclui corretoras, agências de turismo e
outros bancos. Apenas o destino de uma parte desses recursos interessa à PF.
Uma outra parte do dinheiro
usado na negociação dos petistas teria sido adquirida em uma
agência bancária que não tem
ligação com o Sofisa e em outra
instituição que opera com câmbio. Os dados do Sofisa foram
entregues à Polícia Federal no
final da tarde de ontem, após a
Justiça determinar o repasse
das informações.
Segundo a nota divulgada pelo banco, o Sofisa recebeu às
17h de ontem o ofício da Justiça
de Cuiabá e "prontamente
atendeu a decisão".
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