São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

Justiça pede identificação de saques do BB

Antes, apenas Bradesco, BankBoston e Safra eram apontados como origem dos reais usados para compra do dossiê

Justiça Federal autoriza PF a vasculhar as operações de câmbio do Sofisa para tentar identificar quem sacou US$ 110 mil dólares no banco


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A quebra de sigilo decretada pela Justiça de Mato Grosso que poderá identificar a origem dos reais apreendidos pela Polícia Federal para a compra do dossiê inclui o Banco do Brasil.
Petistas foram flagrados com R$ 1,168 milhão que seria usado para comprar um dossiê contra José Serra (PSDB).
O ofício da Justiça entregue ao Banco Central determina que sejam identificados todos os saques acima de R$ 10 mil realizados pelos bancos do Brasil, Safra, Bradesco e BankBoston nas praças de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, entre 28 de agosto e 14 de setembro.
Também deverão ser comunicadas as retiradas feitas nessas instituições em quantias acima de R$ 2 mil, se elas tiverem sido feitas em seqüência e, no total, ultrapassem R$ 10 mil.
Até agora, apenas os bancos Bradesco, Safra e BankBoston apareciam na lista das instituições de onde teriam saído cerca de R$ 25 mil usados no escândalo do dossiê.
Na noite de quarta-feira, o ex-diretor de Gestão de Risco do BB Expedito Veloso foi ouvido pela auditoria interna que apura o envolvimento dele na montagem do dossiê. Veloso trabalhava na campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é apontado como a pessoa que montou o dossiê contra Serra. No mesmo dia, ele foi demitido pelo Conselho de Administração.

Dólares
A Justiça Federal autorizou ontem a PF a vasculhar as operações de câmbio realizadas pelo banco Sofisa.
Dos US$ 248,8 mil apreendidos com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, US$ 110 mil entraram no país legalmente no Brasil por meio de uma operação cambial realizada pelo Sofisa com uma instituição financeira de Miami (EUA).
Já se sabe que o dinheiro chegou ao país no mês passado e que, depois de passar pelo Sofisa, foi para casas de câmbio e pessoas físicas.
A PF também descobriu, a partir de imagens do sistema interno de TV do hotel Ibis, que Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, levou o dinheiro (todo ou em parte) usado por Gedimar para adquirir o dossiê.
A PF identificou que Hamilton e Gedimar chegaram juntos ao hotel, mas era Hamilton quem segurava a mala que conteria o dinheiro. Isso ocorreu na manhã do dia 14, quando a compra do dossiê foi fechada.
Logo que entraram no hotel, os dois pegaram um elevador. Hamilton deixou o hotel sem a mala. Na hora do almoço, Gedimar saiu e voltou para o hotel com a mala. A PF deduz que Gedimar ficou com medo de deixar a mala no hotel.


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