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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Justiça pede identificação de saques do BB
Antes, apenas Bradesco, BankBoston e Safra eram apontados como origem dos reais usados para compra do dossiê
Justiça Federal autoriza PF a vasculhar as operações de câmbio do Sofisa para tentar identificar quem sacou US$ 110 mil dólares no banco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A quebra de sigilo decretada
pela Justiça de Mato Grosso
que poderá identificar a origem
dos reais apreendidos pela Polícia Federal para a compra do
dossiê inclui o Banco do Brasil.
Petistas foram flagrados com
R$ 1,168 milhão que seria usado
para comprar um dossiê contra
José Serra (PSDB).
O ofício da Justiça entregue
ao Banco Central determina
que sejam identificados todos
os saques acima de R$ 10 mil
realizados pelos bancos do Brasil, Safra, Bradesco e BankBoston nas praças de Brasília, Rio
de Janeiro e São Paulo, entre 28
de agosto e 14 de setembro.
Também deverão ser comunicadas as retiradas feitas nessas instituições em quantias
acima de R$ 2 mil, se elas tiverem sido feitas em seqüência e,
no total, ultrapassem R$ 10 mil.
Até agora, apenas os bancos
Bradesco, Safra e BankBoston
apareciam na lista das instituições de onde teriam saído cerca
de R$ 25 mil usados no escândalo do dossiê.
Na noite de quarta-feira, o
ex-diretor de Gestão de Risco
do BB Expedito Veloso foi ouvido pela auditoria interna que
apura o envolvimento dele na
montagem do dossiê. Veloso
trabalhava na campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é apontado
como a pessoa que montou o
dossiê contra Serra. No mesmo
dia, ele foi demitido pelo Conselho de Administração.
Dólares
A Justiça Federal autorizou
ontem a PF a vasculhar as operações de câmbio realizadas pelo banco Sofisa.
Dos US$ 248,8 mil apreendidos com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, US$ 110 mil
entraram no país legalmente
no Brasil por meio de uma operação cambial realizada pelo
Sofisa com uma instituição financeira de Miami (EUA).
Já se sabe que o dinheiro chegou ao país no mês passado e
que, depois de passar pelo Sofisa, foi para casas de câmbio e
pessoas físicas.
A PF também descobriu, a
partir de imagens do sistema
interno de TV do hotel Ibis, que
Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio
Mercadante (PT) ao governo de
São Paulo, levou o dinheiro (todo ou em parte) usado por Gedimar para adquirir o dossiê.
A PF identificou que Hamilton e Gedimar chegaram juntos
ao hotel, mas era Hamilton
quem segurava a mala que conteria o dinheiro. Isso ocorreu
na manhã do dia 14, quando a
compra do dossiê foi fechada.
Logo que entraram no hotel,
os dois pegaram um elevador.
Hamilton deixou o hotel sem a
mala. Na hora do almoço, Gedimar saiu e voltou para o hotel
com a mala. A PF deduz que
Gedimar ficou com medo de
deixar a mala no hotel.
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