São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / AMAPÁ

Lula põe a máquina do governo e o PT para ajudar Sarney

Ministro vai ao AP anunciar programa Luz Para Todos e ajudar ex-presidente a superar ameaça de não se reeleger ao Senado

"Lula me disse: "Ajuda o Sarney lá que eu preciso dele para me ajudar a continuar governando este país", afirma prefeito petista


MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A SANTANA (AP)

A máquina do governo federal e o PT reforçaram as ações na última semana de campanha para tentar garantir a reeleição do senador José Sarney (PMDB-AP). A três dias da eleição, o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) chegou ontem ao Amapá para "oficializar o início das obras" do programa Luz Para Todos.
Foram prometidas 11 mil ligações, com energia para 50 mil pessoas e investimento de R$ 70 milhões. O ministro também participou de eventos relativos à construção de uma subestação elétrica e de duas linhas de transmissão.
Ao lado de Sarney, Rondeau esteve no lançamento da pedra fundamental do sistema integrado (mina, ferrovia e porto) da empresa MMX, cuja produção de minério começará em setembro. Na noite de quarta-feira, o senador alardeou a iniciativa no palanque do comício em Santana (a 19 km de Macapá), mesmo município onde a mineradora se instalou.
Sua campanha é centrada na idéia de que ele, político do Maranhão, produz benefícios para o Amapá, Estado pelo qual é parlamentar há 16 anos. A candidata do PSB, Cristina Almeida, maior ameaça à reeleição do ex-presidente, diz em sua campanha considerar injusto o fato de o Maranhão ter "quatro" senadores e o Amapá, "dois".
Promoção da iniciativa privada, a instalação da MMX tornou-se fato político ao se transformar em trunfo político de Sarney. A empresa, do grupo do empresário Eike Batista, investirá US$ 900 milhões.
Anteontem no palanque, Sarney falou de uma carta que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometendo a instalação de uma escola técnica em Santana.
Militantes do PT gritaram para o senador a palavra-de-ordem que saúda o ex-ministro José Dirceu: "Sarney/guerreiro/do povo brasileiro!".
O programa eleitoral de Sarney encheu-se de imagens de Lula. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, já pedira votos para Sarney na TV. O senador foi decisivo na articulação no PMDB para impedir que o partido lançasse candidato próprio à Presidência da República.
"O presidente Lula me disse: "Ajuda o Sarney lá que eu preciso dele para me ajudar a continuar governando este país'", contou o prefeito de Santana, José Antônio Nogueira (PT).
O PT lançou um candidato "laranja" ao governo, Errolflynn Paixão, para atacar João Capiberibe (PSB), principal apoiador de Cristina Almeida. O partido não tem candidato oficial ao Senado, mas firmou acordo para eleger Sarney.


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