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ELEIÇÕES 2006 / AMAPÁ
Lula põe a máquina do governo e o PT para ajudar Sarney
Ministro vai ao AP anunciar programa Luz Para Todos e ajudar ex-presidente a superar ameaça de não se reeleger ao Senado
"Lula me disse: "Ajuda o Sarney lá que eu preciso dele para me ajudar a continuar governando este país", afirma prefeito petista
MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A SANTANA (AP)
A máquina do governo federal e o PT reforçaram as ações
na última semana de campanha
para tentar garantir a reeleição
do senador José Sarney
(PMDB-AP). A três dias da eleição, o ministro Silas Rondeau
(Minas e Energia) chegou ontem ao Amapá para "oficializar
o início das obras" do programa
Luz Para Todos.
Foram prometidas 11 mil ligações, com energia para 50 mil
pessoas e investimento de R$
70 milhões. O ministro também participou de eventos relativos à construção de uma subestação elétrica e de duas linhas de transmissão.
Ao lado de Sarney, Rondeau
esteve no lançamento da pedra
fundamental do sistema integrado (mina, ferrovia e porto)
da empresa MMX, cuja produção de minério começará em
setembro. Na noite de quarta-feira, o senador alardeou a iniciativa no palanque do comício
em Santana (a 19 km de Macapá), mesmo município onde a
mineradora se instalou.
Sua campanha é centrada na
idéia de que ele, político do Maranhão, produz benefícios para
o Amapá, Estado pelo qual é
parlamentar há 16 anos. A candidata do PSB, Cristina Almeida, maior ameaça à reeleição do
ex-presidente, diz em sua campanha considerar injusto o fato
de o Maranhão ter "quatro" senadores e o Amapá, "dois".
Promoção da iniciativa privada, a instalação da MMX tornou-se fato político ao se transformar em trunfo político de
Sarney. A empresa, do grupo do
empresário Eike Batista, investirá US$ 900 milhões.
Anteontem no palanque,
Sarney falou de uma carta que
recebeu do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva prometendo a instalação de uma escola
técnica em Santana.
Militantes do PT gritaram
para o senador a palavra-de-ordem que saúda o ex-ministro
José Dirceu: "Sarney/guerreiro/do povo brasileiro!".
O programa eleitoral de Sarney encheu-se de imagens de
Lula. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, já pedira votos
para Sarney na TV. O senador
foi decisivo na articulação no
PMDB para impedir que o partido lançasse candidato próprio
à Presidência da República.
"O presidente Lula me disse:
"Ajuda o Sarney lá que eu preciso dele para me ajudar a continuar governando este país'",
contou o prefeito de Santana,
José Antônio Nogueira (PT).
O PT lançou um candidato
"laranja" ao governo, Errolflynn Paixão, para atacar
João Capiberibe (PSB), principal apoiador de Cristina Almeida. O partido não tem candidato oficial ao Senado, mas firmou acordo para eleger Sarney.
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