São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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Exército deve mostrar que aparelhos da Abin não grampeiam

RENATA GIRALDI
DA FOLHA ONLINE

A perícia realizada por técnicos do Exército, entregue pelo Ministério da Defesa à Câmara, também deve indicar que os equipamentos disponíveis na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) não são capazes de realizar interceptações telefônicas como a feita em conversa entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Segundo a Folha Online apurou, a conclusão dos técnicos do Exército é semelhante à da Polícia Federal, ou seja, que os equipamentos da Abin só poderiam fazer interceptações em linhas analógicas. A conversa entre Mendes e Demóstenes foi feita em linhas digitais de telefones fixos e depois foi transferida para um celular.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, havia acusado a agência de possuir equipamentos com capacidade de interceptação. A acusação foi decisiva para a saída do então diretor-geral da Abin Paulo Lacerda.
O presidente da CPI dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), espera para os próximos dias a autorização de Jobim para retirar o caráter "confidencial" do laudo técnico do Exército e pretende analisar em sessão aberta a conclusão dos militares do Exército sobre os equipamentos da agência.

Escuta ambiental
A conclusão do laudo do Exército, conforme a Folha Online apurou, se aproxima do que avaliou o INC (Instituto Nacional de Criminalística), da Polícia Federal.
No dia 18, a PF informou que as maletas compradas pela Abin em conjunto com o Exército indicavam que os equipamentos, apesar de não realizarem grampos telefônicos, têm capacidade de fazer escutas ambientais.
De acordo com o documento do instituto, o aparelho Stealth LPX, de posse da Abin, é "típico para uso em interceptações de áudio ambiental".


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