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24,7 milhões de brasileiros são indigentes, de acordo com IPEA
DA REPORTAGEM LOCAL
O programa de combate à fome
proposto pelo presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva vai ter de
cuidar de pelo menos 24,7 milhões de brasileiros indigentes, ou
14,6% da população total do país.
Considerando o grupo de pessoas que come, mas mal consegue
se vestir -chamados de pobres-, esse número sobe para 57
milhões de brasileiros, segundo o
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os números
são do ano passado.
Os índices de pobreza do Brasil
estão em queda desde 95, mas
ainda são os mais altos do mundo. Em 2001, 33,6% da população
brasileira era considerada pobre.
Em 1992 e 1993, esse percentual
era superior a 40%. México, Chile
e Colômbia têm percentuais da
ordem de 15%.
O Instituto considera indigente
a pessoa que não consegue ingerir
diariamente o mínimo de calorias
necessárias para sobreviver. Pobre é aquele que gasta cerca de
50% do que ganha com alimentação, mas, com a outra metade,
não consegue comprar outros
itens que compõem uma cesta
mínima de produtos.
As taxas de pobreza começaram
a reduzir desde 95, diz Helmut
Schwarzer, coordenador da diretoria de estudos sociais do Ipea,
por causa dos efeitos do Plano
Real, como o fim da inflação e o
aumento do salário mínimo, além
dos benefícios pagos pela Previdência aos trabalhadores rurais.
Para o diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas), ONG criada por
Betinho em 81, Francisco Menezes, as políticas de combate à fome durante o governo Fernando
Henrique foram fragmentadas, o
que dificultou as ações para reduzir a pobreza no país.
(FÁTIMA FERNANDES E CLAUDIA ROLLI)
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