São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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Petista, agora, diz que respeita tratado nuclear

DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em seu primeiro discurso oficial, que respeitará o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, modificando o que havia expressado em setembro, durante encontro com integrantes das Forças Armadas, incluindo sete ex-ministros do regime militar.
"Nosso governo respeitará e procurará fortalecer os organismos internacionais, em particular a ONU e os acordos internacionais relevantes, como o protocolo de Kyoto [acordo para redução de emissão de gases tóxicos], e o Tribunal Penal Internacional [corte internacional para julgar violações contra os direitos humanos, genocídios e crimes de guerra], bem como os acordos de não proliferação de armas nucleares e químicas", prometeu ontem Lula.
Em reunião no dia 13 de setembro com militares, Lula havia dito, sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear: "Só teria sentido esse tratado se todos os países que já detêm [armas nucleares] abrissem mão das suas. Ora, por que um cidadão pede para eu me desarmar, para ficar com um estilingue, enquanto ele fica com um canhão para cima de mim? Qual a vantagem que levo? O Brasil só vai ser respeitado no mundo quando for forte econômica, tecnológica e militarmente."
Dias depois, quando o candidato derrotado à Presidência José Serra (PSDB) começou a dizer que Lula era a favor da bomba atômica, o PT divulgou nota para tentar esclarecer a posição do partido.
"O tratado, ao qual o nosso país aderiu em 1998 com apoio do Partido dos Trabalhadores, não tem garantido o efetivo desarmamento das nações que então já detinham arsenal nuclear. O resultado é que, assim, a maioria dos países fica impedida de ter acesso a determinado equipamento, enquanto outros mantêm uma capacidade de destruição quase ilimitada. Daí decorre uma desigualdade de poder, a ser corrigida, nas relações internacionais", afirma o texto. "Lula e o PT sempre foram, e continuam a ser, pacifistas. Contrários, portanto, à construção de bombas atômicas", conclui a nota.


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