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Petista, agora, diz que respeita tratado nuclear
DA REPORTAGEM LOCAL
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em seu primeiro
discurso oficial, que respeitará
o Tratado de Não-Proliferação
Nuclear, modificando o que
havia expressado em setembro,
durante encontro com integrantes das Forças Armadas,
incluindo sete ex-ministros do
regime militar.
"Nosso governo respeitará e
procurará fortalecer os organismos internacionais, em particular a ONU e os acordos internacionais relevantes, como
o protocolo de Kyoto [acordo
para redução de emissão de gases tóxicos], e o Tribunal Penal
Internacional [corte internacional para julgar violações
contra os direitos humanos,
genocídios e crimes de guerra],
bem como os acordos de não
proliferação de armas nucleares e químicas", prometeu ontem Lula.
Em reunião no dia 13 de setembro com militares, Lula havia dito, sobre o Tratado de
Não-Proliferação Nuclear: "Só
teria sentido esse tratado se todos os países que já detêm [armas nucleares] abrissem mão
das suas. Ora, por que um cidadão pede para eu me desarmar,
para ficar com um estilingue,
enquanto ele fica com um canhão para cima de mim? Qual a
vantagem que levo? O Brasil só
vai ser respeitado no mundo
quando for forte econômica,
tecnológica e militarmente."
Dias depois, quando o candidato derrotado à Presidência
José Serra (PSDB) começou a
dizer que Lula era a favor da
bomba atômica, o PT divulgou
nota para tentar esclarecer a
posição do partido.
"O tratado, ao qual o nosso
país aderiu em 1998 com apoio
do Partido dos Trabalhadores,
não tem garantido o efetivo desarmamento das nações que
então já detinham arsenal nuclear. O resultado é que, assim,
a maioria dos países fica impedida de ter acesso a determinado equipamento, enquanto outros mantêm uma capacidade
de destruição quase ilimitada.
Daí decorre uma desigualdade
de poder, a ser corrigida, nas
relações internacionais", afirma o texto. "Lula e o PT sempre
foram, e continuam a ser, pacifistas. Contrários, portanto, à
construção de bombas atômicas", conclui a nota.
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