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Apuração de votos do 2º turno termina após 25 horas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Durou cerca de 25 horas a apuração dos votos do segundo turno. Ontem, com 99,9% apurados
na noite do domingo, os problemas ficaram localizados a sete cidades de Mato Grosso, Pará e
Acre onde houve dificuldades de
transporte de disquetes com o boletim de urna.
A última seção a ter o seu resultado contabilizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi de
Assis Brasil, no Acre, cidade próxima à fronteira com o Peru. A razão foi o capotamento do carro
que levava os disquetes. Pela manhã, o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, disse que um
helicóptero buscaria o material.
No primeiro turno, a apuração
demorou 62 horas. O maior atraso foi em São Paulo e no Distrito
Federal.
Conforme o boletim definitivo
do TSE, divulgado às 19h18, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito
com 52.793.364 votos (61,27%), e
José Serra (PSDB) recebeu
33.370.739 votos (38,73%).
Dos 115,254 milhões de eleitores, 20,47% não compareceram.
Entre os 91,664 milhões que foram à seção, 1,88% votou em
branco e 4,12% anularam o voto.
Os ministros do TSE realizaram
sessão plenária, às 19h, para proclamar o resultado parcial da eleição, ou seja, anunciar oficialmente a eleição de Lula para a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A proclamação foi provisória
porque foi feita com base em relatório preparado pela Secretaria de
Informática do TSE quando os
votos da urna do Acre ainda não
haviam sido computados.
O vice-presidente do TSE, Sepúlveda Pertence, elogiou o nível
das campanhas, dizendo que o
avanço da tecnologia -com o
uso da urna eletrônica- foi
acompanhado pela elevação da
qualidade da discussão política.
Balanço
Após três semanas sem falar
com a imprensa, o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, fez ontem
um bem-humorado balanço das
eleições e em seguida telefonou
para Lula e para FHC. Ambos fizeram elogios à condução do processo eleitoral.
Jobim disse que havia tentado
falar também com o senador José
Serra (PSDB) -que disputou o
segundo turno com Lula-, de
quem é amigo, mas informou que
não o havia localizado. Ele negou
que a amizade tenha sofrido abalo
no primeiro turno, quando o TSE
concedeu oito minutos de direitos
de resposta a Lula no último dia
da propaganda gratuita na TV.
Jobim confirmou que um dos
motivos do silêncio entre o dia 6 e
ontem foram as referências sobre
essa amizade. "Somos atores do
processo eleitoral, não da campanha eleitoral", disse, referindo-se
aos ministros do TSE.
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