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Genoino agradece a Lula e evita falar de seu futuro
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
José Genoino, candidato derrotado do PT ao governo de São
Paulo, reconheceu ontem que somente chegou ao segundo turno
da eleição paulista, tendo inclusive desbancado no meio do caminho seu adversário histórico Paulo Maluf (PPB), por causa da força
da candidatura a presidente de
Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu faço política sem reclamar e
sempre disse que agradecia de coração a força que o Lula deu para a
minha campanha. Eu digo tranquilamente: eu não chegaria onde
cheguei sem a força que o Lula me
deu. Eu faço questão de reconhecer", disse ontem Genoino.
Durante toda a campanha, a direção estadual do PT fez questão
de grudar Genoino na imagem de
Lula a fim de alavancar seu nome
nas pesquisas de intenção de voto.
A estratégia deu certo, colocando
pela primeira vez um petista no
segundo turno do pleito paulista.
Ontem, Genoino se esquivou
quando foi questionado sobre seu
futuro político, sua virtual participação na agenda nacional de transição e nos próximos passos do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
"Eu não estou pensando no futuro. O meu futuro é pensado semana a semana. Agora vou terminar o meu mandato na Câmara e
agradecer a votação que tive nas
principais cidades do Estado."
O nome do petista tem sido citado como um futuro ministro da
Defesa, devido ao seu acesso livre
entre os militares. Mas nos corredores do partido já se fala na ampla possibilidade de ele assumir a
presidência do PT a partir do próximo ano, quando José Dirceu
passará a figurar como o homem-forte do governo Lula.
Para o presidente estadual do
PT, Paulo Frateschi, a campanha
petista ao governo de São Paulo
credenciou Genoino a qualquer
cargo de primeiro escalão no governo Lula ou mesmo dentro da
direção nacional do partido.
"Eu não tenho dúvidas que ele
[Genoino] estará no grupo mais
importante de trabalho do Lula,
mas por enquanto nada foi articulado, seja para o partido ou para o
Planalto", afirmou Frateschi.
Ao fazer um balanço rápido de
sua campanha, que começou cotada abaixo da casa dos 10% nas
pesquisas, Genoino não poupou
elogios à militância do partido.
"Eu ganhei muita legitimidade
no Estado de São Paulo, ganhei
muita força, o PT ultrapassou o
teto dos 40% dos votos. Nós fizemos uma campanha programática, que mobilizou toda a militância do partido."
A partir da próxima semana,
Genoino começará a percorrer
nos finais de semana as principais
cidades do Estado. Nos dias úteis
da semana, o petista cumprirá
seus últimos momentos como
parlamentar, cargo que ocupa
desde 1982 sempre como um dos
mais bem avaliados.
Genoino telefonou na manhã de
ontem para o governador reeleito
Geraldo Alckmin (PSDB). "Desejei boa sorte para o Estado. Ele
[Alckmin] fez questão de elogiar o
nível da disputa."
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