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ANÁLISE
Partido elege 5 governadores, mas falta unidade para se posicionar em relação a Lula
Dividido, PMDB avalia papel no governo
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O PMDB nos quatro Estados
onde elegeu governadores -Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique (SC), Roberto Requião (PR) e
Jarbas Vasconcelos (PE)- e ainda no Distrito Federal, que elegeu
Joaquim Roriz, sai das eleições
sem uma unidade em relação ao
comportamento do partido diante da gestão presidencial de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Atrelado nos últimos oito anos
ao governo FHC, o partido agora
se vê novamente dividido e diante
de um dilema: apoiar ou fazer
oposição ao governo federal?
Esse será o novo foco de discussões dentro do partido, cujo tema
a cúpula nacional, também sem
rumo, já deixou vazar.
O Sul do país, por estar sob o
domínio do PMDB, poderia ditar
o rumo se houvesse ao menos lá a
unidade, mas também não há.
Rigotto fala em "oposição com
responsabilidade"; Requião é a favor, até porque a adesão do PT a
ele foi fundamental para sua eleição; já Luiz Henrique, que esteve
com José Serra (PSDB) no primeiro turno e no seguinte com Lula,
pode ser o fiel da balança.
Força sulista
Para Requião, a força do PMDB
sulista é "um sinal de que o PMDB
nacional vai mudar e apoiar o governo de Lula". E ele, rival da atual
cúpula dirigente do partido, vai
insistir nisso. Se diz "um peemedebista de coração petista".
Na outra esfera, está Jarbas Vasconcelos, reeleito para um novo
mandato e até hoje influente na
direção nacional.
Ontem, Jarbas defendeu o
PMDB na oposição. Em nota,
considerou "inconteste" a vitória
do petista, mas isso não o afasta
do pensamento opositor.
"Não uma oposição radical, como fez o PT [ao governo de Fernando Henrique Cardoso" (...)
Consideramos que a hora é de
pensar na governabilidade do
país", afirma a nota de Jarbas.
Jarbas defende que o PMDB
aguarde a apresentação dos projetos que Lula pretende implementar para, "na medida do possível, ajudar na sua aprovação pelo Congresso".
Embora sem cargos majoritários, o PMDB de São Paulo e de
Minas Gerais, dois Estados com
forte influência política e peso
dentro do PMDB, também serão
determinantes nessa escolha.
São Paulo e Minas
Em São Paulo, Orestes Quércia,
derrotado para o Senado, apoiou
Lula. O PMDB de Minas também.
Os mineiros vão trabalhar pelo
apoio. Tanto a ala que saiu fortalecida das eleições e a derrotada.
A fortalecida reflete os interesses e idéias do governador Itamar
Franco (sem partido, ex-PMDB),
apoiador de Lula que, mesmo
sem mandato, continuará influindo e interessado na reestruturação da sigla no Estado, segundo o
senador eleito Hélio Costa, que
surge como um dos principais
nomes do PMDB mineiro.
A outra ala também quer o
apoio, mas sem deixar de rivalizar
com a cúpula nacional.
"Eu espero que o Lula não dê
vazão ao ímpeto oportunista e
clientelista do PMDB governista.
O PMDB vitorioso é o que apoiou
o Lula e se aliou às bases do partido", disse o deputado federal Saraiva Felipe, presidente do
PMDB-MG, diante da dúvida da
cúpula do partido.
Colaborou MARI TORTATO, da Agência
Folha, em Curitiba
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