A imprensa latino-americana leu a vitória de Lula dependendo do ponto de vista nacional.
Os jornais argentinos, por exemplo, salientaram que o Mercosul saiu reforçado.
Para o jornal "Clarín", com resultado das eleições brasileiras, além de revitalizar as esquerdas do continente, "o Mercosul poderá ser uma ferramenta para negociar a Alca com os Estados Unidos".
Seu concorrente direto, o "La Nación", seguiu a mesma linha e deu o título "A Argentina e o Mercosul, prioridade do novo governo". E ainda destacou que o presidente eleito gerará um impacto e buscará um bloco mais sólido na região.
Por outro lado, na Venezuela, a vitória foi vista pelo prisma do convulsionado momento político interno. O "El Universal", por exemplo, deu bastante visibilidade à declaração de Leonel Brizola que "as forças reacionárias" podem tentar um golpe, similar ao que acontece atualmente no país.
Já o "El Nacional", também de Caracas, destacou a festa da vitória, com fotos de banhistas do Rio com bandeiras do PT, e também os cumprimentos do pressionado presidente Hugo Chávez citando Simón Bolívar.
No Chile, país presidido atualmente por um socialista (Ricardo Lagos), o jornal ""El Mercurio" escreveu que Lula fez uma revolução de ""paz e amor" ao ser eleito.
Já em Cuba, a vitória do PT foi recebida com júbilo pela imprensa oficial. O "Granma" escreveu um texto opinativo intitulado "27 de outubro, um dia para celebrar". A primeira frase foi: "O que todos esperávamos se fez realidade: Lula se alçou definitivamente com a vitória no segundo turno". O editorial diz que o presidente eleito do Brasil ""não se envergonha de ser amigo de Cuba e opositor do neoliberalismo", apesar das tentativas de "condicionar e domesticar Lula".



Texto Anterior: Multimídia - EUA: Futuro da Alca é a preocupação
Próximo Texto: Europa: Virada à esquerda é ressaltada
Índice