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NA OPOSIÇÃO
Dado foi divulgado pelo PFL, que evita comparação com 1º ano de FHC
Investimento de ministérios consome menos que viagens
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em dez meses de governo, 12
ministérios e a Presidência da República gastaram mais com viagens do que com investimentos. É
o que diz um dos documentos a
serem divulgados amanhã pelo
PFL, com base em dados da execução do Orçamento da União, na
comemoração do primeiro ano
do partido na oposição.
O documento, intitulado "Relatório da Execução Orçamentária e
Financeira do Governo Federal
-2003", cobre o ano de 2003 até 24
de outubro passado. Sua fonte são
os números do Siafi, o sistema de
acompanhamento de gastos da
União. Como gastos de viagens
são consideradas as diárias, passagens e despesas de locomoção
dos servidores.
De acordo com o levantamento,
o Ministério da Previdência Social
gastou com viagens 49,03 vezes o
valor destinado a investimentos.
No período, a Previdência teria
desembolsado R$ 882,4 mil em
investimentos e R$ 43,2 milhões
em viagens.
A Previdência é a campeã. Em
seguida, aparece um ministério
no qual as viagens têm relação intrínseca com sua atividade-fim:
Relações Exteriores, que teria gasto com elas 9,04 vezes o valor dos
investimentos. Em terceiro lugar
está o Ministério do Meio Ambiente, com 4,18 vezes. Na Presidência, a relação é de 1,96.
Os outros ministérios citados
no documento do PFL são Comunicações (1,87), Cultura (3,61),
Agricultura (3,12), Desenvolvimento Agrário (2,14), Trabalho
(1,32), Esporte (1,93), Fazenda
(2,25), Minas e Energia (1,07) e
Planejamento (3,80).
O documento evita fazer a comparação entre os gastos de viagens
e de custeio da máquina do governo do PT com o primeiro ano
(1995) de Fernando Henrique
Cardoso. Faz apenas uma comparação geral dos gastos atuais com
os de 2002. Conclusão: FHC teria
investido em média 110% a mais
que o governo Lula.
O problema com a comparação
é a base de dados usada: para o
atual governo, usa percentuais em
relação à dotação orçamentária,
que foi cortada e contingenciada.
Os números de FHC são os efetivamente gastos.
Aniversário
O PFL comemora seu primeiro
aniversário na oposição amanhã,
por se considerar nessa posição
desde 30 de outubro de 2002, por
decisão pela Executiva Nacional
do partido. A sigla fará um ato em
sua sede para comemorar a data.
É um lance de marketing para
tentar ampliar o espaço do partido na mídia. O PFL, assim como o
PSDB, avalia que sobra pouco espaço para a oposição nos meios
de comunicação, até porque o PT,
com seus conflitos internos, acaba
por ocupar as duas posições -situação e oposição. Desabafo de
Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL: "Ser oposição é trabalhoso, porém saudável".
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