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São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2003

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NA OPOSIÇÃO

Dado foi divulgado pelo PFL, que evita comparação com 1º ano de FHC

Investimento de ministérios consome menos que viagens

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em dez meses de governo, 12 ministérios e a Presidência da República gastaram mais com viagens do que com investimentos. É o que diz um dos documentos a serem divulgados amanhã pelo PFL, com base em dados da execução do Orçamento da União, na comemoração do primeiro ano do partido na oposição.
O documento, intitulado "Relatório da Execução Orçamentária e Financeira do Governo Federal -2003", cobre o ano de 2003 até 24 de outubro passado. Sua fonte são os números do Siafi, o sistema de acompanhamento de gastos da União. Como gastos de viagens são consideradas as diárias, passagens e despesas de locomoção dos servidores.
De acordo com o levantamento, o Ministério da Previdência Social gastou com viagens 49,03 vezes o valor destinado a investimentos. No período, a Previdência teria desembolsado R$ 882,4 mil em investimentos e R$ 43,2 milhões em viagens.
A Previdência é a campeã. Em seguida, aparece um ministério no qual as viagens têm relação intrínseca com sua atividade-fim: Relações Exteriores, que teria gasto com elas 9,04 vezes o valor dos investimentos. Em terceiro lugar está o Ministério do Meio Ambiente, com 4,18 vezes. Na Presidência, a relação é de 1,96.
Os outros ministérios citados no documento do PFL são Comunicações (1,87), Cultura (3,61), Agricultura (3,12), Desenvolvimento Agrário (2,14), Trabalho (1,32), Esporte (1,93), Fazenda (2,25), Minas e Energia (1,07) e Planejamento (3,80).
O documento evita fazer a comparação entre os gastos de viagens e de custeio da máquina do governo do PT com o primeiro ano (1995) de Fernando Henrique Cardoso. Faz apenas uma comparação geral dos gastos atuais com os de 2002. Conclusão: FHC teria investido em média 110% a mais que o governo Lula.
O problema com a comparação é a base de dados usada: para o atual governo, usa percentuais em relação à dotação orçamentária, que foi cortada e contingenciada. Os números de FHC são os efetivamente gastos.

Aniversário
O PFL comemora seu primeiro aniversário na oposição amanhã, por se considerar nessa posição desde 30 de outubro de 2002, por decisão pela Executiva Nacional do partido. A sigla fará um ato em sua sede para comemorar a data.
É um lance de marketing para tentar ampliar o espaço do partido na mídia. O PFL, assim como o PSDB, avalia que sobra pouco espaço para a oposição nos meios de comunicação, até porque o PT, com seus conflitos internos, acaba por ocupar as duas posições -situação e oposição. Desabafo de Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL: "Ser oposição é trabalhoso, porém saudável".


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