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Publicitário diz em carta que não é "ministro da Propaganda"
Duda tem papel central no governo, reafirma Gushiken
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) recebeu
ontem a carta que o publicitário
Duda Mendonça anunciou ter enviado no fim de semana, na qual
reage às acusações de que teria superpoderes no governo.
Por meio de sua assessoria, Gushiken disse ter considerado bons
os esclarecimentos do marqueteiro, mas que continuam valendo
as instruções de uma nota da Secom (Secretaria de Comunicação
de Governo) de 23 de setembro. A
nota tinha dois pontos principais:
1) "Duda Mendonça [...] atuará
como interlocutor da Secom na
definição da estratégia de comunicação, no sentido de garantir
unidade no discurso publicitário
e evitar pulverização de ações";
2) "Chamamos a atenção para a
seguinte declaração do ministro
Luiz Gushiken constante da entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em 21 de setembro
de 2003: "Eu vou dizer aos ministérios que a Secom, por intermédio da agência do Duda Mendonça, eventualmente pode se relacionar, se reunir para discutir e
saber como é que cada área deve
atuar. Para que tudo fique em
consonância com a linha do governo. Não é intromissão para ele
fazer, mas para trocar idéias'".
Na prática, portanto, nada muda em relação ao que o Planalto
espera de Duda Mendonça. Ele
será o principal interlocutor de
Gushiken com os órgãos federais
para unificar e debater a linha de
propagada dos ministérios.
O publicitário decidiu escrever a
carta porque se sentia incomodado desde a publicação daquela entrevista de Gushiken à Folha. "Seguiu-se uma onda de interpretações e mal-entendidos que serviram apenas para desvirtuar a essência de sua mensagem. Eis que
repentinamente ganhei até um
apelido: o de "ministro da Propaganda'", escreveu ele a Gushiken.
Na carta, Duda diz "renunciar"
ao cargo. "Diante do absurdo dessa situação, invoco a vossa compreensão, pois me sinto obrigado
a reagir à altura, "renunciando" a
um cargo para o qual nunca fui
nomeado e para o qual Vossa Excelência jamais me cogitou: o do
tal do "ministro da Propaganda'".
No final da carta, porém, Duda
também reafirma que desempenhará o papel que lhe foi reservado: "Continuarei atendendo à Secom e ao governo, dentro dos limites estritos definidos pela legislação em vigor, sem expandir o
escopo de meu atendimento para
além das fronteiras previstas".
Duda ganhou, com duas outras
agências, a conta da Secom. O valor previsto para o contrato é de
um gasto de R$ 150 milhões em 12
meses. As agências ficam com
cerca de 15% do que for investido.
A lei não impede Gushiken de
repassar a Duda a função de verificar como são todas as campanhas dos órgãos federais e, eventualmente, sugerir como a linguagem deve ser unificada. É isso o
que vai ser feito.
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