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São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2003

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Publicitário diz em carta que não é "ministro da Propaganda"

Duda tem papel central no governo, reafirma Gushiken

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) recebeu ontem a carta que o publicitário Duda Mendonça anunciou ter enviado no fim de semana, na qual reage às acusações de que teria superpoderes no governo.
Por meio de sua assessoria, Gushiken disse ter considerado bons os esclarecimentos do marqueteiro, mas que continuam valendo as instruções de uma nota da Secom (Secretaria de Comunicação de Governo) de 23 de setembro. A nota tinha dois pontos principais:
1) "Duda Mendonça [...] atuará como interlocutor da Secom na definição da estratégia de comunicação, no sentido de garantir unidade no discurso publicitário e evitar pulverização de ações";
2) "Chamamos a atenção para a seguinte declaração do ministro Luiz Gushiken constante da entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em 21 de setembro de 2003: "Eu vou dizer aos ministérios que a Secom, por intermédio da agência do Duda Mendonça, eventualmente pode se relacionar, se reunir para discutir e saber como é que cada área deve atuar. Para que tudo fique em consonância com a linha do governo. Não é intromissão para ele fazer, mas para trocar idéias'".
Na prática, portanto, nada muda em relação ao que o Planalto espera de Duda Mendonça. Ele será o principal interlocutor de Gushiken com os órgãos federais para unificar e debater a linha de propagada dos ministérios.
O publicitário decidiu escrever a carta porque se sentia incomodado desde a publicação daquela entrevista de Gushiken à Folha. "Seguiu-se uma onda de interpretações e mal-entendidos que serviram apenas para desvirtuar a essência de sua mensagem. Eis que repentinamente ganhei até um apelido: o de "ministro da Propaganda'", escreveu ele a Gushiken.
Na carta, Duda diz "renunciar" ao cargo. "Diante do absurdo dessa situação, invoco a vossa compreensão, pois me sinto obrigado a reagir à altura, "renunciando" a um cargo para o qual nunca fui nomeado e para o qual Vossa Excelência jamais me cogitou: o do tal do "ministro da Propaganda'".
No final da carta, porém, Duda também reafirma que desempenhará o papel que lhe foi reservado: "Continuarei atendendo à Secom e ao governo, dentro dos limites estritos definidos pela legislação em vigor, sem expandir o escopo de meu atendimento para além das fronteiras previstas".
Duda ganhou, com duas outras agências, a conta da Secom. O valor previsto para o contrato é de um gasto de R$ 150 milhões em 12 meses. As agências ficam com cerca de 15% do que for investido.
A lei não impede Gushiken de repassar a Duda a função de verificar como são todas as campanhas dos órgãos federais e, eventualmente, sugerir como a linguagem deve ser unificada. É isso o que vai ser feito.


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