São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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SÃO PAULO/CAMPANHA

Candidato tucano afirma que "já teria ganho" se as pesquisas decidissem a eleição; Alckmin pede tranqüilidade

Serra diz não estar preocupado com pesquisas

RICARDO BRANDT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou ontem que não está preocupado com a redução da diferença entre ele e a prefeita Marta Suplicy (PT), segundo a pesquisa Datafolha, e defendeu que "se pesquisa decidisse eleição, já teria ganho".
Os números do Datafolha mostram Serra com 49% das intenções de voto, contra 42% da prefeita Marta -diferença de sete pontos. Na pesquisa anterior, a distância entre os adversários era de dez pontos percentuais -51% do tucano, contra 41% da petista.
"O que importa é a pesquisa do dia da eleição, a pesquisa da urna. Se pesquisa decidisse eleição, eu já teria ganho, porque continuo bem na frente", afirmou.
Serra encerrou ontem seu último dia de campanha oficial com uma visita à Igreja São Judas Tadeu, participou de entrevista na rádio América e fez campanha na Vila Prudente (zona leste).
Na caminhada, Serra contou com a presença de seu mais ilustre cabo eleitoral, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O governador defendeu que não deve haver alteração na campanha. "Não vejo razão para nenhuma mudança."
Para o coordenador político da campanha, Aloysio Nunes Ferreira, "sete pontos de diferença ainda é muito para se conseguir reverter" neste período.
Embora minimize a influência dos números, Alckmin decidiu participar da última atividade oficial de campanha de Serra depois da divulgação da pesquisa Datafolha. O governador telefonou, às 23h de anteontem, para o deputado Edson Aparecido, coordenador de campanha de Serra, oferecendo sua presença.
Alckmin soube do resultado da pesquisa horas antes. Informado do resultado, recomendou tranqüilidade. "Vamos manter a cabeça fria." Questionado ontem se sua presença tinha alguma relação com os resultados, ele negou.

Reação
O candidato José Serra justificou que os ataques feitos em seu programa de anteontem a Marta Suplicy foram uma defesa contra o PT. O programa de anteontem mostrou imagens da prefeita discutindo com um jornalista da Rede Globo e com uma dentista.
"O que houve foi uma defesa com relação a um jornal difamador que o PT distribuiu e que a Justiça inclusive mandou recolher", afirmou Serra.
O impresso a que se refere o candidato é uma cópia do jornal "Agora", do grupo Folha da Manhã, com textos enaltecendo a prefeita e atacando Serra. A Justiça determinou a apreensão do material apócrifo.
"É de uma gravidade muito grande. O que quisemos dizer no programa de ontem [anteontem] é que até domingo o PT pode fazer provocações ainda mais sérias", disse Aparecido.
"Nós fizemos um programa a 48 horas da eleição para alertar a população das provocações do PT. O PT utilizou 42 mil segundos de ataques contra o Serra", disse.
Ontem, o juiz auxiliar da propaganda da 1ª Zona Eleitoral, Roberto Maia Filho, concedeu liminar, pedida pela coligação que apóia Marta Suplicy, determinando a apreensão do jornal "São Paulo Urgente", produzido pelo PSDB, que trazia críticas à gestão petista.


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