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Piso para emenda parlamentar é alvo de pressão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais do que conter gastos
públicos, o que preocupa deputados e senadores no atual estágio de análise do Orçamento
são as novas restrições às
emendas parlamentares, entre
elas a que proíbe destinar dinheiro público a entidades privadas comandadas por parentes até terceiro grau.
O maior alvo de pressão no
relatório preliminar do Orçamento é o valor mínimo para as
emendas dos parlamentares.
Fixado em R$ 200 mil, o limite
tem por objetivo evitar a excessiva pulverização de verbas da
União para as bases de apoio de
deputados e senadores, que terão direito, cada um, a uma cota
de R$ 5 milhões para propostas
de autorização de gastos.
"Há muita queixa contra o limite mínimo", contou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO),
que optou por fazer apenas
ajustes nas regras de tramitação no Orçamento. Mudanças
radicais sugeridas pelo relatório parcial da CPI dos Sanguessugas ganharam a oposição do
relator. "Corríamos o risco de
não aprovar o Orçamento",
ponderou Raupp.
Alterações nas várias etapas
de elaboração do Orçamento da
União já eram discutidas no
Congresso antes de a Polícia
Federal rastrear o uso de
emendas parlamentares na
compra de ambulâncias superfaturadas com dinheiro público. O relatório parcial da CPI
dos Sanguessugas chegou a
propor o fim, ainda que gradual, das emendas individuais
apresentadas por deputados e
senadores e das transferências
voluntárias de verbas da União
a Estados e municípios, de R$ 7
bilhões por ano, em média.
No relatório de Valdir Raupp,
apenas duas dessas sugestões
prevaleceram: além do limite
de R$ 200 mil por emenda dos
parlamentares, a proibição de
emendas para beneficiar entidades privadas "em que membros de quaisquer dos Poderes
da União ou respectivos cônjuges, companheiros ou parentes
em linha direta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro
grau, sejam ou tenham sido nos
últimos cinco anos proprietários, controladores, diretores
ou empregados".
A regra bloqueia, por exemplo, mais repasse de dinheiro
público para o hospital da família do deputado Lael Varella
(PFL-MG), no município de
Muriaé, que já consumiu cerca
de R$ 20 milhões do Orçamento nos últimos anos. Varella foi
um dos primeiros a telefonar
para o relator para se queixar.
(MS)
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