|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Record é vítima de "preconceito", diz Lula
Em visita a novos estúdios da emissora, no Rio, presidente brinca com câmeras e "filma" Dilma e Cabral
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a
TV Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, é "vítima de preconceito", como ele
diz já ter sido. A declaração foi
feita durante discurso na inauguração de dois estúdios da rede de televisão no centro de
produções RecNov (Record
Novelas), em Vargem Grande,
na zona oeste do Rio.
Lula mexeu em câmeras e
claquetes e, sem saber que microfones à sua volta estavam ligados, perguntou pelo bispo
Edir Macedo, fundador da Universal e da Record, que está em
viagem à África.
No primeiro momento em
que se referiu ao suposto preconceito, Lula citou a atriz
Cristina Pereira, contratada da
Record que militou pelo PT e
fez campanhas ao seu lado.
"Cristina saía para bater bumbo com um metalúrgico, vítima
de preconceito, como a Record
é vítima de preconceito", disse.
Mais à frente, Lula fez referência a adversários que torciam contra seu governo.
"Ainda não era muita gente
que acreditava no Brasil em
2005 [quando a Record comprou o complexo]. Aqueles que
em 2002 não tinham votado
em mim ficaram em 2003,
2004, 2005 torcendo para que
o governo não desse certo. Tem
um certo tipo de gente no Brasil
que não se contenta com o
exercício da democracia e com
perder; quer que quem ganhe
não faça nada, para ele poder
justificar o discurso de campanha. Acompanho os meios de
comunicação no Brasil e sei o
quanto a Record e o povo da Record foram vítimas de preconceito. Vocês, fazendo este investimento, estão dando demonstração extraordinária de
que acreditam no Brasil", disse.
Lula defendeu a concorrência entre empresas de TV, o que
elevaria o nível do jornalismo e
da cultura nacional. "É essa opção que permite que o povo
brasileiro não seja vítima de alguns formadores de opinião
que querem conduzi-la para
formar um pensamento único."
Ao chegar de helicóptero ao
RecNov, Lula fingiu filmar uma
cena de beijos entre o governador do Rio, Sérgio Cabral, e a
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil). Antes, atrás de uma câmera, brincou. "Estou gostando. Este programa é chamado
jornalismo de verdade."
Já no palco, Lula ganhou
uma claquete e se passou por
diretor de cena. "Atenção: gravando! "Take" dois!", disse, provocando risos nos convidados,
parte deles artistas.
A próxima novela da emissora, "Ribeirão do Tempo", será
rodada nos novos estúdios. O
RecNov tem 280 mil m2, dez estúdios no total (dois deles inaugurados ontem) e cerca de
2.000 funcionários. Inaugurado em 1995, o Projac (Projeto
Jacarepaguá), da TV Globo,
tem 1,65 milhão de m2 e em torno de 6.000 funcionários.
Texto Anterior: Saúde: Alencar canta samba e fala em cura do câncer Próximo Texto: Agricultura quer aliviar regra para fazendeiro Índice
|