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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Largada
Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aldo Rebelo (PC do
B-SP) abandonaram o discurso blasé e se lançaram
em campanha aberta pela reeleição ao comando das
duas Casas. A visita do ministro Tarso Genro à dupla
foi uma sinalização do apoio de Lula.
À vontade depois do gesto do presidente, Renan iniciou ontem mesmo o corpo-a-corpo, visitando vários
gabinetes da oposição. Vai conversar com FHC e José
Serra na tentativa de evitar que o PSDB dê suporte à
candidatura de José Agripino (PFL-RN). Para Aldo, o
alvo no momento é Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em
privado, o presidente da Câmara se queixa por não saber se o petista age como "candidato avulso ou como
líder do governo" ao insistir na candidatura.
Nem aí. Na contramão do
discurso conciliador de Marco Aurélio Garcia, parte da
bancada do PT prepara o lançamento oficial de Arlindo
Chinaglia na próxima terça.
"É preciso correr", diz o deputado eleito e dirigente do partido Jilmar Tatto (SP), entusiasta da candidatura própria.
Dupla. A parceria entre Aldo Rebelo e o pefelista Rodrigo Maia vai além dos jogos da
presidência da Câmara e da
vaga aberta no Tribunal de
Contas da União. Envolve
também as verbas para o Pan,
abrigadas no Ministério do
Esporte, feudo do PC do B.
Uni-duni-tê. No PT de São
Paulo, cresce a certeza de que
Hamilton Lacerda não caminhará sozinho na prancha.
Mais alguém terá de ser atirado ao mar para que a história
do dossiê termine com um
mínimo de plausibilidade.
ET. Movimentação recente
da PF sugere que o novo nome
implicado seria o de Paulo
Frateschi. O problema, para
quem conhece o caso, é que o
presidente do PT-SP não teve
papel nenhum na campanha
de Aloizio Mercadante, beneficiária do dossiê. Ela foi tocada por um pequeno grupo ligado diretamente ao senador.
Cofrinho. José de Filippi
Júnior colocou a mão no bolso duas vezes para ajudar o
comitê financeiro de Lula,
que ele mesmo comandou .
Em agosto, o prefeito de Diadema doou R$ 400. Um mês
depois, deu um troco de R$ 20
para a campanha reeleitoral.
Mantra. Lula está impressionado com a convergência
dos diagnósticos que lhe são
apresentados sobre os entraves ao crescimento. Em tom
de brincadeira, o presidente
disse a um auxiliar que seus
interlocutores foram todos à
mesma escola de economia.
Habeas corpus. Bastou a
Mesa marcar para o próximo
dia 6 o julgamento de seu pedido de cassação, José Janene
(PP-PR) mandou à Câmara
um atestado dizendo que, por
razões de saúde, infelizmente
não poderá comparecer à Casa até janeiro. Mas deve ser
julgado assim mesmo.
Perfil ideal. Diante da solução encontrada por Wellington Salgado (PMDB-MG)
no Conselho de Ética do Senado, limitando a uma censura a pena de Ney Suassuna
(PMDB-PB), envolvido no escândalo sanguessuga, Heráclito Fortes (PFL-PI) enviou
bilhete ao peemedebista: "Seu
nome começa a surgir como
ministro da Justiça".
Sobrando. A família Tuma
alega estar "sem ambiente"
no PFL e busca guarida no
PMDB. Ciente de que Guilherme Afif Domingos pretende tentar o Senado de novo
daqui a quatro anos, Romeu
Tuma contatou o ex-governador Orestes Quércia para tratar da mudança de sigla.
Outro lado. O governador
Lúcio Alcântara (PSDB-CE)
diz que a licitação para ampliar o porto de Pecém só ficou pronta agora, daí ter sido
feita no apagar das luzes de
seu mandato. Ele defende a
importância da obra e lembra
que a ação para impedir a
abertura dos envelopes não
foi movida por seu sucessor,
Cid Gomes (PSB), e sim por
uma empresa insatisfeita.
Tiroteio
"Ele parece ter esquecido que Alckmin
encolheu, inclusive em São Paulo, entre
o primeiro e o segundo turno da eleição".
Do deputado estadual MÁRIO REALI (PT) sobre artigo em que o colega
tucano Pedro Tobias afirma que, a despeito da derrota nacional, Geraldo Alckmin foi "aclamado" pelos eleitores de seu Estado.
Contraponto
Pegadinha
Na década de 1970, durante sessão da Assembléia Legislativa do Paraná, o bem-humorado oposicionista Maurício
Fruet -pai do deputado federal tucano Gustavo Fruet-
resolveu pregar uma peça no governista Alfredo Gulin.
Foi ao comitê de imprensa da Casa e lá pegou uma cópia
do discurso que o colega faria em seguida.
Iniciada a sessão, Gulin subiu à tribuna. Nem bem chegou ao segundo parágrafo, foi interrompido:
-Em adendo a suas palavras, nobre deputado, gostaria
apenas de destacar alguns pontos-, declarou Fruet, que
sacou as três páginas do bolso e, sob risos de parlamentares e jornalistas, concluiu a leitura do texto.
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