São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Largada

Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) abandonaram o discurso blasé e se lançaram em campanha aberta pela reeleição ao comando das duas Casas. A visita do ministro Tarso Genro à dupla foi uma sinalização do apoio de Lula.
À vontade depois do gesto do presidente, Renan iniciou ontem mesmo o corpo-a-corpo, visitando vários gabinetes da oposição. Vai conversar com FHC e José Serra na tentativa de evitar que o PSDB dê suporte à candidatura de José Agripino (PFL-RN). Para Aldo, o alvo no momento é Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em privado, o presidente da Câmara se queixa por não saber se o petista age como "candidato avulso ou como líder do governo" ao insistir na candidatura.

Nem aí. Na contramão do discurso conciliador de Marco Aurélio Garcia, parte da bancada do PT prepara o lançamento oficial de Arlindo Chinaglia na próxima terça. "É preciso correr", diz o deputado eleito e dirigente do partido Jilmar Tatto (SP), entusiasta da candidatura própria.

Dupla. A parceria entre Aldo Rebelo e o pefelista Rodrigo Maia vai além dos jogos da presidência da Câmara e da vaga aberta no Tribunal de Contas da União. Envolve também as verbas para o Pan, abrigadas no Ministério do Esporte, feudo do PC do B.

Uni-duni-tê. No PT de São Paulo, cresce a certeza de que Hamilton Lacerda não caminhará sozinho na prancha. Mais alguém terá de ser atirado ao mar para que a história do dossiê termine com um mínimo de plausibilidade.

ET. Movimentação recente da PF sugere que o novo nome implicado seria o de Paulo Frateschi. O problema, para quem conhece o caso, é que o presidente do PT-SP não teve papel nenhum na campanha de Aloizio Mercadante, beneficiária do dossiê. Ela foi tocada por um pequeno grupo ligado diretamente ao senador.

Cofrinho. José de Filippi Júnior colocou a mão no bolso duas vezes para ajudar o comitê financeiro de Lula, que ele mesmo comandou . Em agosto, o prefeito de Diadema doou R$ 400. Um mês depois, deu um troco de R$ 20 para a campanha reeleitoral.

Mantra. Lula está impressionado com a convergência dos diagnósticos que lhe são apresentados sobre os entraves ao crescimento. Em tom de brincadeira, o presidente disse a um auxiliar que seus interlocutores foram todos à mesma escola de economia.

Habeas corpus. Bastou a Mesa marcar para o próximo dia 6 o julgamento de seu pedido de cassação, José Janene (PP-PR) mandou à Câmara um atestado dizendo que, por razões de saúde, infelizmente não poderá comparecer à Casa até janeiro. Mas deve ser julgado assim mesmo.

Perfil ideal. Diante da solução encontrada por Wellington Salgado (PMDB-MG) no Conselho de Ética do Senado, limitando a uma censura a pena de Ney Suassuna (PMDB-PB), envolvido no escândalo sanguessuga, Heráclito Fortes (PFL-PI) enviou bilhete ao peemedebista: "Seu nome começa a surgir como ministro da Justiça".

Sobrando. A família Tuma alega estar "sem ambiente" no PFL e busca guarida no PMDB. Ciente de que Guilherme Afif Domingos pretende tentar o Senado de novo daqui a quatro anos, Romeu Tuma contatou o ex-governador Orestes Quércia para tratar da mudança de sigla.

Outro lado. O governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) diz que a licitação para ampliar o porto de Pecém só ficou pronta agora, daí ter sido feita no apagar das luzes de seu mandato. Ele defende a importância da obra e lembra que a ação para impedir a abertura dos envelopes não foi movida por seu sucessor, Cid Gomes (PSB), e sim por uma empresa insatisfeita.

Tiroteio

"Ele parece ter esquecido que Alckmin encolheu, inclusive em São Paulo, entre o primeiro e o segundo turno da eleição".
Do deputado estadual MÁRIO REALI (PT) sobre artigo em que o colega tucano Pedro Tobias afirma que, a despeito da derrota nacional, Geraldo Alckmin foi "aclamado" pelos eleitores de seu Estado.

Contraponto

Pegadinha

Na década de 1970, durante sessão da Assembléia Legislativa do Paraná, o bem-humorado oposicionista Maurício Fruet -pai do deputado federal tucano Gustavo Fruet- resolveu pregar uma peça no governista Alfredo Gulin. Foi ao comitê de imprensa da Casa e lá pegou uma cópia do discurso que o colega faria em seguida.
Iniciada a sessão, Gulin subiu à tribuna. Nem bem chegou ao segundo parágrafo, foi interrompido:
-Em adendo a suas palavras, nobre deputado, gostaria apenas de destacar alguns pontos-, declarou Fruet, que sacou as três páginas do bolso e, sob risos de parlamentares e jornalistas, concluiu a leitura do texto.


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