São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Conselho livra senadores acusados por CPI

Ney Suassuna foi absolvido por 12 votos a 2, e Serys Slhessarenko e Magno Malta foram inocentados por unanimidade

Senador João Alberto Souza, que preside o Conselho de Ética, disse que "não se pode falar em pizza: apenas não foram encontradas provas"


FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o apoio de governistas e da oposição, o Conselho de Ética do Senado aprovou ontem a absolvição dos senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MS) e Magno Malta (PR-ES). Eles enfrentavam processo de cassação por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
No caso de Suassuna, o conselho substituiu, por 12 votos a 2, a pena de cassação de mandato por uma censura verbal, que deve ser lida na próxima sessão. A medida contou com o apoio do PSDB, PFL, PMDB e PT. Os únicos que votaram contra foram o relator, senador Jefferson Péres (PDT-AM), e Demóstenes Torres (PFL-GO).
Os relatores dos processos contra Serys e Malta pediram o arquivamento das representações por falta de provas, o que foi aprovado por unanimidade. "Não se pode falar em pizza: apenas não foram encontradas provas. As acusações eram vazias. Não houve corporativismo, pelo menos da minha parte", disse o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA).
Os pedidos de cassação foram feitos pela CPI dos Sanguessugas, que fez o mesmo contra 69 deputados. Eles foram acusados de receber propina da empresa Planam para destinar recursos do Orçamento à compra de ambulâncias.
Relator do processo contra Suassuna, Péres havia pedido sua cassação por "condescendência criminosa", devido ao envolvimento de seu ex-assessor Marcelo de Carvalho com a quadrilha. Ontem, porém, Péres não defendeu seu parecer: "Não vou fazer cavalo-de-batalha. Não tenho nenhum interesse nisso. Estou defendendo a instituição, mas não tenho o monopólio da verdade", disse.
O PMDB apresentou dois relatórios alternativos ao de Péres. Um deles, do senador Wellington Salgado (MG), pediu só uma censura verbal ao acusado e foi aprovado. O outro, defendido por Suassuna, líder do partido no Senado, pedia o arquivamento da representação: "Tenho a consciência de que nem a reprimenda eu mereço".
Serys foi acusada de ter recebido propina de R$ 35 mil da Planam por meio de seu genro Paulo Ribeiro. O senador Paulo Octávio (PFL-DF) disse que não havia evidência da participação da senadora no desvio de recursos. O caso foi arquivado por unanimidade. Serys chorou. O arquivamento do processo contra Malta também foi aprovado pela unanimidade. Não se provou que um carro usado pelo senador seria propina paga pelos Vedoin.


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