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Conselho livra senadores acusados por CPI
Ney Suassuna foi absolvido por 12 votos a 2, e Serys Slhessarenko e Magno Malta foram inocentados por unanimidade
Senador João Alberto Souza, que preside o Conselho de Ética, disse que "não se pode falar em pizza: apenas não foram encontradas provas"
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o apoio de governistas e
da oposição, o Conselho de Ética do Senado aprovou ontem a
absolvição dos senadores Ney
Suassuna (PMDB-PB), Serys
Slhessarenko (PT-MS) e Magno Malta (PR-ES). Eles enfrentavam processo de cassação por
suposto envolvimento com a
máfia dos sanguessugas.
No caso de Suassuna, o conselho substituiu, por 12 votos a
2, a pena de cassação de mandato por uma censura verbal,
que deve ser lida na próxima
sessão. A medida contou com o
apoio do PSDB, PFL, PMDB e
PT. Os únicos que votaram
contra foram o relator, senador
Jefferson Péres (PDT-AM), e
Demóstenes Torres (PFL-GO).
Os relatores dos processos
contra Serys e Malta pediram o
arquivamento das representações por falta de provas, o que
foi aprovado por unanimidade.
"Não se pode falar em pizza:
apenas não foram encontradas
provas. As acusações eram vazias. Não houve corporativismo, pelo menos da minha parte", disse o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA).
Os pedidos de cassação foram feitos pela CPI dos Sanguessugas, que fez o mesmo
contra 69 deputados. Eles foram acusados de receber propina da empresa Planam para
destinar recursos do Orçamento à compra de ambulâncias.
Relator do processo contra
Suassuna, Péres havia pedido
sua cassação por "condescendência criminosa", devido ao
envolvimento de seu ex-assessor Marcelo de Carvalho com a
quadrilha. Ontem, porém, Péres não defendeu seu parecer:
"Não vou fazer cavalo-de-batalha. Não tenho nenhum interesse nisso. Estou defendendo
a instituição, mas não tenho o
monopólio da verdade", disse.
O PMDB apresentou dois relatórios alternativos ao de Péres. Um deles, do senador Wellington Salgado (MG), pediu só
uma censura verbal ao acusado
e foi aprovado. O outro, defendido por Suassuna, líder do partido no Senado, pedia o arquivamento da representação:
"Tenho a consciência de que
nem a reprimenda eu mereço".
Serys foi acusada de ter recebido propina de R$ 35 mil da
Planam por meio de seu genro
Paulo Ribeiro. O senador Paulo
Octávio (PFL-DF) disse que
não havia evidência da participação da senadora no desvio de
recursos. O caso foi arquivado
por unanimidade. Serys chorou. O arquivamento do processo contra Malta também foi
aprovado pela unanimidade.
Não se provou que um carro
usado pelo senador seria propina paga pelos Vedoin.
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