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"Mandato da divergência acabou", diz Lula para o PDT
Presidente convida partido, antes na oposição, a integrar "coalizão" do 2º governo
Executiva pedetista vai analisar proposta; Jackson Lago diz que "tendência" da sigla é aceitar; Cristovam Buarque condena adesão
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que convidou o
PDT para integrar formalmente a base de apoio de seu próximo governo, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse que o
"mandato da divergência" acabou e que, a partir de agora, está
pronto para construir uma gestão de "convergência".
Em conversas recentes, Lula
tem admitido que, no primeiro
mandato, falhou na relação
com líderes políticos. "Esse
mandato acabou, o mandato da
divergência acabou. Agora, a
gente pode construir o mandato da convergência, e o PDT é
uma peça fundamental, é um
partido que tem afinidades
com o PT. Eu, pessoalmente,
me dou muito bem com muita
gente do PDT", disse o presidente após a reunião.
Antes, em seu gabinete, Lula
convidou o partido, que fez
oposição ao seu primeiro mandato, a integrar a "coalizão" do
segundo governo. Com isso, o
PDT teria direito a uma vaga no
conselho político de governo
(até agora com PT, PMDB, PC
do B, PSB, PRB e PV), além de
cargos em diferentes escalões.
Por ora, o presidente do PDT,
Carlos Lupi, diz que vai levar o
convite de Lula aos demais integrantes da executiva do partido. O governador eleito do Maranhão, Jackson Lago, que
também participou do encontro, disse que a "tendência" do
partido é aceitar a oferta. Sobre
o fato de o PDT estar perto de
um apoio formal ao mesmo governo que criticou, Lupi disse,
numa referência a Lula, que o
"ser humano é o único ser vivo
que tem direito à evolução".
Ausente na reunião, o senador e candidato derrotado a
presidente, Cristovam Buarque
(DF), afirmou que o PDT cometerá um erro, caso aceite a oferta de Lula. "Nessa coalizão, o
PDT deixará órfão vários daqueles que esperam uma outra
alternativa ao país. Ou seja, que
não querem o Lula nem o pré-Lula, e sim o pós-Lula." O senador disse que ficará no partido.
O presidente contou uma nova versão sobre ter demitido
Cristovam Buarque, por telefone, do Ministério da Educação.
"Na época [janeiro de 2004],
não sabia que ele [Cristovam]
estava viajando [em Portugal].
Talvez ele não tenha me comunicado", disse, segundo relatos
de participantes da reunião.
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