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Grupos do PMDB chegam a acordo sobre apoio a Lula
VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As alas neolulista e governista do PMDB fizeram acordo ontem para pacificar a sigla e formar maioria para oficializar
amanhã em votação do Conselho Político o apoio ao governo
Luiz Inácio Lula da Silva.
"A maioria do partido oficializará o apoio ao governo. Não
tenho dúvida", disse à Folha o
presidente do PMDB, o deputado federal Michel Temer
(SP), do grupo neolulista.
"Há um consenso nas correntes do PMDB em torno da
coalizão. O partido vai estar
unido", afirmou o presidente
do Senado, o governista Renan
Calheiros (AL). O conselho é a
instância mais importante do
partido após as convenções nacionais. Tem 67 membros e representa todos as alas. Votará
um documento com proposta
de coalizão com Lula. Espera-se apoio de mais de dois terços.
Após a reunião do Conselho
Político, Temer comunicará a
decisão a Lula. Terá início então a fase de discussão explícita
de cargos. Hoje, a cota do
PMDB é de três ministérios. O
partido cobiça seis pastas.
Em almoço de ontem na casa
de Temer, compareceram representantes das duas alas peemedebistas e dois governadores, Eduardo Braga (AM) e
Paulo Hartung (ES). Pelos neolulistas, estavam Temer e o deputado federal Geddel Vieira
Lima (BA). Do lado governista,
Renan e o senador José Sarney
(AP). O ex-governador Orestes
Quércia também foi à reunião.
Avaliação unânime: Lula
precisa muito do PMDB, o que
dá à sigla boas condições de negociar participação no novo
ministério e força para conquistar postos no Congresso.
Acertou-se ainda que a sucessão de Temer na presidência da sigla será negociada com
ele próprio. Dinamitou-se a
possibilidade de o ex-presidente do STF Nelson Jobim assumir o comando da sigla antecipadamente ou em confronto
com os neolulistas. Temer não
descarta disputar a reeleição
no PMDB, mas está aberto a
uma negociação pró-Jobim
desde que não seja atropelado.
Em jantar previsto para ontem com a bancada de deputados federais, Temer faria a defesa do apoio ao governo, sondaria a opinião da maioria (já
favorável a integrar a administração Lula) e buscaria reforçar
seu cacife político.
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