São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Grupos do PMDB chegam a acordo sobre apoio a Lula

VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As alas neolulista e governista do PMDB fizeram acordo ontem para pacificar a sigla e formar maioria para oficializar amanhã em votação do Conselho Político o apoio ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
"A maioria do partido oficializará o apoio ao governo. Não tenho dúvida", disse à Folha o presidente do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP), do grupo neolulista.
"Há um consenso nas correntes do PMDB em torno da coalizão. O partido vai estar unido", afirmou o presidente do Senado, o governista Renan Calheiros (AL). O conselho é a instância mais importante do partido após as convenções nacionais. Tem 67 membros e representa todos as alas. Votará um documento com proposta de coalizão com Lula. Espera-se apoio de mais de dois terços.
Após a reunião do Conselho Político, Temer comunicará a decisão a Lula. Terá início então a fase de discussão explícita de cargos. Hoje, a cota do PMDB é de três ministérios. O partido cobiça seis pastas.
Em almoço de ontem na casa de Temer, compareceram representantes das duas alas peemedebistas e dois governadores, Eduardo Braga (AM) e Paulo Hartung (ES). Pelos neolulistas, estavam Temer e o deputado federal Geddel Vieira Lima (BA). Do lado governista, Renan e o senador José Sarney (AP). O ex-governador Orestes Quércia também foi à reunião.
Avaliação unânime: Lula precisa muito do PMDB, o que dá à sigla boas condições de negociar participação no novo ministério e força para conquistar postos no Congresso.
Acertou-se ainda que a sucessão de Temer na presidência da sigla será negociada com ele próprio. Dinamitou-se a possibilidade de o ex-presidente do STF Nelson Jobim assumir o comando da sigla antecipadamente ou em confronto com os neolulistas. Temer não descarta disputar a reeleição no PMDB, mas está aberto a uma negociação pró-Jobim desde que não seja atropelado.
Em jantar previsto para ontem com a bancada de deputados federais, Temer faria a defesa do apoio ao governo, sondaria a opinião da maioria (já favorável a integrar a administração Lula) e buscaria reforçar seu cacife político.


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