DA REPORTAGEM LOCAL

Os dois policiais Paulo Endo e Daniel Balde e o advogado Ildeu Pereira negaram, em depoimento à Polícia Federal, terem agido para prejudicar os fiscais da Fazenda paulista. Todos se disseram inocentes das acusações imputadas pelo Ministério Público Federal.
A advogada da Cervejaria Petrópolis, Dora Cavalcanti, afirmou ontem que não existe nenhum vínculo entre o seu cliente, o empresário Walter Faria, e os policiais presos. Disse que, em relação ao advogado, este foi contratado pela cervejaria para cuidar exclusivamente de temas tributários da empresa.
Sobre as acusações que pesam contra Pereira, ela afirmou que Walter Faria "não pode falar por ele".
"O que eu posso afirmar é que não existem provas contra o seu Walter. O Ministério Público Federal presumiu que ele seria o beneficiário desse suposto esquema, mas todos os fatos que apresentou até agora só confirmam a inocência dele. O seu Walter sempre manteve um relacionamento normal e cordial com fiscais em geral. A empresa foi multada e ele recorreu. Não existe essa hipótese de vingança contra os agentes fiscais. Um plano como esse seria até pueril, infantil", afirmou Cavalcanti.
A advogada afirmou estranhar o fato de o Ministério Público Federal não ter ouvido ainda os representantes da distribuidora de bebidas Praiamar, que foi multada em R$ 104 milhões -segundo a Polícia Federal, a empresa pertence a um funcionário de Walter Faria.
"Acho que foi uma precipitação do Ministério Público o oferecimento da denúncia", afirmou a advogada.
O advogado de Marcos Valério de Souza, Marcelo Leonardo, disse que seu cliente nunca participou de um ato para prejudicar os agentes fiscais. Ele criticou o fato de o publicitário permanecer preso desde o dia 10 de outubro.
Em depoimento à PF, Marcos Valério afirmou que tinha um contrato informal com a cervejaria, a quem prestava uma consultoria legal.


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