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MULTIMÍDIA
The New York Times - de Nova York
Brasil não quer inspeção nuclear da ONU
ESTADOS UNIDOS - O jornal americano "The New York Times"
publicou ontem uma reportagem
em que afirma que o governo brasileiro, depois de ter anunciado
que produzirá urânio enriquecido a partir de 2004, mostra-se relutante em aceitar que a ONU faça
inspeções nas instalações nucleares do país sem aviso prévio.
O ministro Roberto Amaral
(Ciência e Tecnologia), de acordo
com o jornal, classificou de "idiota" e "tola" a idéia da realização de
inspeções de surpresa.
Segundo o diário americano, a
AIEA (Agência Internacional de
Energia Atômica), que faz parte
da ONU, "há algum tempo vem
tentando discutir com as autoridades brasileiras uma forma adequada de inspeção".
As Nações Unidas têm essa
preocupação porque o urânio
enriquecido, além de produzir
energia, pode ser usado em bombas atômicas.
Para tentar evitar as inspeções, o
governo argumenta que, por ser
um país pacífico, o Brasil não deve se sujeitar ao mesmo tipo de
inspeção que o Irã e a Líbia recentemente aceitaram.
"Tudo que temos são apenas
dois minúsculos reatores", afirmou o ministro Roberto Amaral
ao diário de Nova York. "Eles têm
que se preocupar com o que existe
lá fora, não aqui dentro."
Em outubro, ele anunciou que o
Brasil faria parte do reduzido grupo que domina a técnica da produção de urânio enriquecido, ao
lado de países como Estados Unidos, França, Rússia e Inglaterra.
O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do planeta. No entanto, o minério que hoje sai do
país precisa ser processado no Canadá ou na Europa antes de ir para as usinas nucleares de Angra 1 e
2, no Estado do Rio de Janeiro.
O urânio enriquecido brasileiro
começará a ser produzido em
maio, pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil). O governo quer
que, dentro de uma década, o
produto também seja exportado.
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