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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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MULTIMÍDIA

The New York Times - de Nova York

Brasil não quer inspeção nuclear da ONU

ESTADOS UNIDOS - O jornal americano "The New York Times" publicou ontem uma reportagem em que afirma que o governo brasileiro, depois de ter anunciado que produzirá urânio enriquecido a partir de 2004, mostra-se relutante em aceitar que a ONU faça inspeções nas instalações nucleares do país sem aviso prévio.
O ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia), de acordo com o jornal, classificou de "idiota" e "tola" a idéia da realização de inspeções de surpresa.
Segundo o diário americano, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que faz parte da ONU, "há algum tempo vem tentando discutir com as autoridades brasileiras uma forma adequada de inspeção".
As Nações Unidas têm essa preocupação porque o urânio enriquecido, além de produzir energia, pode ser usado em bombas atômicas.
Para tentar evitar as inspeções, o governo argumenta que, por ser um país pacífico, o Brasil não deve se sujeitar ao mesmo tipo de inspeção que o Irã e a Líbia recentemente aceitaram.
"Tudo que temos são apenas dois minúsculos reatores", afirmou o ministro Roberto Amaral ao diário de Nova York. "Eles têm que se preocupar com o que existe lá fora, não aqui dentro."
Em outubro, ele anunciou que o Brasil faria parte do reduzido grupo que domina a técnica da produção de urânio enriquecido, ao lado de países como Estados Unidos, França, Rússia e Inglaterra.
O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do planeta. No entanto, o minério que hoje sai do país precisa ser processado no Canadá ou na Europa antes de ir para as usinas nucleares de Angra 1 e 2, no Estado do Rio de Janeiro.
O urânio enriquecido brasileiro começará a ser produzido em maio, pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil). O governo quer que, dentro de uma década, o produto também seja exportado.



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