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Aldo e Chinaglia disputam apoio do PMDB
Presidente da Câmara se reúne com pefelistas; líder do governo se encontra com José Múcio (PTB) e Sandro Mabel (PL)
Tarso Genro diz que base não terá dois candidatos: "Vocês não se preocupem, que nos próximos 15, 20 dias vamos ter unidade"
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Às vésperas do feriado de
Ano Novo, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que tenta a reeleição, e o pré-candidato do PT, Arlindo
Chinaglia (SP), passaram o dia
de ontem articulando alianças
e disputando nos bastidores o
apoio da bancada do PMDB,
que eles consideram decisivo.
Preocupado com o fortalecimento de Chinaglia, Aldo retornou de Alagoas, onde passou o Natal, para um almoço com líderes do PFL e deputados de
PSB, PMDB e PC do B. Após
mapear os votos, Aldo disse que
não recuará. Ele avalia que,
descontando o PMDB, teria
uma vantagem de 30 votos.
Segundo deputados presentes na reunião, uma das táticas
do atual presidente da Casa será pedir o apoio de governadores eleitos, especialmente dos
partidos de oposição e do
PMDB. Além disso, Aldo discutiu com os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA),
táticas para tentar desconstruir
o acordo costurado pelo presidente interino do PT, Marco
Aurélio Garcia, com o PMDB.
"Estávamos distantes dessa
discussão [eleição da Mesa],
mas essa intromissão do Marco
Aurélio foi uma agressão ao
Parlamento. Essa carta será desastrosa ao Chinaglia e mostra
a necessidade de não se deixar
subordinar ao PT", disse Aleluia. A carta citada pelo pefelista foi enviada por Marco Aurélio Garcia ao presidente do
PMDB, Michel Temer, propondo um revezamento das duas
siglas no comando da Câmara.
Chinaglia mobilizou seus
aliados e decidiu divulgar uma
carta aos deputados da base na
semana que vem apresentando
seu nome como consenso entre
os governistas. Além dos articuladores da candidatura, José
Múcio (PTB-PE), Sandro Mabel (PL-GO) e Odair Cunha
(PT-MG), Chinaglia também
teve um almoço com os petistas
João Paulo Cunha (SP) e Ricardo Berzoini (SP) e Cândido
Vaccarezza (SP), ligado a José
Dirceu. A idéia é tentar isolar
Aldo, pressionando para que
ele desista de concorrer, o que
envolveria eventual oferta de
um ministério.
A despeito da movimentação
dos dois candidatos, o ministro
Tarso Genro disse ter a convicção de que as legendas aliadas
não vão cometer o "desatino"
de chegar ao final com duas
candidaturas: "Vocês não se
preocupem, que nos próximos
15, 20 dias vamos ter unidade.
Se vocês estão preocupados
com isso, podem estar certos de
que vamos ter unidade".
Ele afirmou, entretanto, que
o presidente Lula não fará nenhum "gesto de chamamento"
e procurou deixar claro que o
governo não retira "nem um
milímetro" do prestígio outorgado a Aldo pelo fato de ele receber apoio do PFL e do PSDB.
Colaborou LETÍCIA SANDER , da Sucursal de
Brasília
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