São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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PAINEL

Marimbondo de fogo
José Sarney calcula ter de 10 a 12 votos do PMDB, numa bancada de 26 senadores. Mas, para se candidatar com chances, precisa, além de todos os votos do PFL, que a oposição não feche questão a favor de seu eventual candidato, Jefferson Péres (PDT-AM). De preferência, que o seu nome nem seja lançado.

Pedra no caminho
Na avaliação de Sarney, feita ontem a um senador do PMDB, a candidatura de Jefferson tem "consistência matemática". Por isso é vital para o ex-presidente que o pedetista saia logo do jogo. Como, aliás, quer ACM.

Racha anunciado
Tião Viana (PT) e José Eduardo Dutra (PT) vão tentar derrubar hoje, na reunião da bancada de oposição, o lançamento da candidatura de Péres, articulada por Heloísa Helena (PT). "Na prática, se lançarmos o Jefferson, estaremos apenas sacramentando a vitória de Jader Barbalho (PMDB) ", diz Viana.

Entre dois amores
Além de Dutra e Tião Viana, ACM ganhou outro aliado na oposição: Roberto Freire (PPS). O ex-comunista chegou a desautorizar o líder da sigla, Paulo Hartung (ES), que defendeu a candidatura de Jefferson Péres.

Caminho de Santiago
Ao contrário do que prega Inocêncio Oliveira, a cúpula do PFL se diz contra o apoio formal da sigla a Jefferson Péres. O PMDB desconfia: ao minarem as chances do pedetista, os pefelistas poderiam levar a oposição a desistir de sua candidatura e reabrir a estrada para Sarney.

Em busca de autor
Comentário de Jader Barbalho ao saber da repercussão do livro de ACM no Senado: "Eu merecia um biógrafo melhor".

Jogou a toalha
Roseana Sarney (PFL-MA) desistiu de ir a Brasília para participar das articulações em favor da candidatura de Inocêncio Oliveira à presidência da Câmara.

Internacional franciscana
Alheio ao tiroteio no Congresso, Pedro Simon (PMDB) convidou Danielle Miterrand, que participa do fórum anti-Davos em Porto Alegre, para falar sobre projetos sociais no Senado. A viúva do ex-presidente francês topou. Deve ser em março.

Arquitetura do dissenso
Aloizio Mercadante começou a movimentar-se internamente no PT para avaliar as chances de disputar a sucessão de Covas (PSDB). Discretamente, tem sondado algumas tendências do partido. Não está convencido de que José Genoino seja o candidato natural do partido.

Raia completa
José Genoino, há mais tempo em campanha, é o nome preferido de Marta Suplicy para 2002. Mercadante corre por fora. Assim como Celso Daniel, prefeito reeleito de Santo André.

Consenso literário
Brincadeira que corria ontem no Senado, após a constatação de que foi um fracasso de público o livro que ACM escreveu sobre Jader Barbalho (PMDB): o próximo a lançar um livro na casa será Sarney. O romance "Saraminda". O sucesso do autor, neste caso, é garantido.

Onde está Wally?
Além do livro sobre Jader, uma "edição atualizada" do vídeo "Geddel vai às compras", que mostra fazendas da família de Geddel Vieira Lima (PMDB), teve farta distribuição ontem no Congresso. Ao contrário da incursão literária de ACM, o autor do filme não se identifica.

Zero à esquerda
O PSTU distribuiu panfletos ontem em Porto Alegre criticando o Fórum Social Mundial. O partido reclama que foi excluído pela organização do evento. TIROTEIO

Do governador Espiridião Amin (PPB-SC), sobre proposta do PT estabelecendo que Estados e municípios não podem comprometer mais de 10% da receita líquida com o pagamento de suas dívidas com a União.
- O PT sabe muito bem que parte dessas dívidas foi feita de forma fraudulenta, com precatórios. Deveria preocupar-se em auditá-las e punir os responsáveis por elas. Na prática, a proposta do PT legitima a fraude e transfere a conta para a viúva.


CONTRAPONTO

Desenho animado



A visita do governador Itamar Franco (MG) a uma fábrica de automóveis, em Juiz de Fora (MG), na sexta passada, teve um forte aparato de segurança.
Para separar os jornalistas das autoridades, foi montado um "cercadinho" com correntes e pilastras volumosas que os deixavam distantes do local reservado ao governador.
Quando Itamar chegou, um fotógrafo esbarrou numa das pilastras e percebeu que tanto elas quanto as correntes eram de borracha.
Não teve dúvida. Como num desenho animado, toda vez que Itamar ficava de costas, o fotógrafo, auxiliado pelos colegas, caminhava alguns passos empurrando o "cercadinho".
Quando a segurança de Itamar percebeu, o governador não tinha mais como escapar. O cenário da entrevista estava armado, com dezenas de microfones ligados na sua frente


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