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Governo não prevê corte de gastos para pagar 11,98% ao Judiciário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não vai prever recursos extras para pagar o reajuste de
11,98% nos salários do Judiciário
na programação do Orçamento
de 2001. O decreto que controlará
os gastos previstos no Orçamento
deve ser publicado até sexta.
Segundo o ministro do Planejamento, Martus Tavares, o governo não pretende cortar gastos para pagar os 11,98% para o Judiciário. "Eles (tribunais) tomaram decisões administrativas, mas nada
está decidido", disse.
No ano passado, os quatro tribunais superiores resolveram
conceder o reajuste de 11,98%, referente a uma diferença apurada
na conversão dos salários durante
a implantação do real. Julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) foi favorável à correção.
O ministério estimou o custo do
reajuste em R$ 800 milhões
anuais e mais R$ 2 bilhões de atrasados. A folha de pessoal do Poder Judiciário está estimada em
R$ 7,7 bilhões para este ano.
O STF já autorizou que o índice
seja pago a seus servidores. Os tribunais superiores e a maioria dos
regionais têm feito o mesmo.
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro
Costa Leite, negou que a autorizar
esse gasto sem previsão de verba
no Orçamento implique gestão
temerária. Sem acordo com a área
econômica do governo sobre a liberação de crédito suplementar, o
Judiciário pode gastar todo seu
orçamento antes de dezembro.
O primeiro a determinar o pagamento foi o Tribunal Superior
Eleitoral, devido à ameaça de greve dos servidores dias antes das
eleições. Depois, o STF mudou
decisão de um mês antes e permitiu o pagamento.
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