São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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90 correntistas de MS remeteram R$ 22 bi

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Pelo menos 90 correntistas foram indiciados em Mato Grosso do Sul pela remessa de dinheiro para os paraísos fiscais por meio da operação com contas CC-5.
A informação é do juiz federal Odilon de Oliveira, de Campo Grande. Segundo ele, entre dezembro de 1992 e janeiro de 1998, foram enviados R$ 22 bilhões para fora do País. Isso representa 15 vezes a receita anual do Estado.
Oliveira disse ter chegado a essa soma a partir de análises em documentos do Banco Central.
"É um dinheiro irrecuperável, o máximo que pode acontecer daqui em diante é processar um ou outro correntista", disse.
"O sigilo bancário é a maior arma do bandido. No caso de Mato Grosso do Sul, o Ministério Público Federal só pode se manifestar um ano depois do início das investigações (janeiro de 1999), quando o Banco Central resolveu fornecer informações sobre a movimentação bancária dos correntistas suspeitos." Lavagem de dinheiro é crime no Brasil apenas desde março de 1998.
"A maior parte dos R$ 22 bilhões que saíram do Estado era movimentada em contas de laranjas (pessoa sem potencial financeiro que empresta a conta a alguém). O banco não exigia nada mais do que uma conta de luz ou telefone do correntista", disse.
Segundo ele, o volume de dinheiro destinado aos paraísos fiscais pode ter sido controlado pelo crime organizado no Estado, principalmente por traficantes.
Hoje, por lei, o banco é obrigado a repassar informações ao Banco Central sempre que receber depósitos acima de R$ 10 mil.


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