São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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Próximos anos serão decisivos na integração de hemisférios, diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, sem citar diretamente o processo de formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que os próximos anos serão decisivos para enfrentar os desafios da integração hemisférica. "Decisivos porque será o momento do "frigir dos ovos", como se diz", afirmou o presidente, durante discurso de posse do novo chanceler brasileiro, Celso Lafer, que retornou ontem ao governo, depois de ter sido demitido do Ministério do Desenvolvimento, em 99.
FHC não apóia a proposta de antecipar a criação da Alca para 2003, defendida por outros governantes no continente.
Em seu discurso, o ministro Lafer disse que um dos pontos de curto prazo do Itamaraty será a formação de uma área de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina. "Estará sendo negociada ainda neste semestre." É uma forma de fortalecer o Brasil nas negociações da Alca.
FHC disse que "o ponto nevrálgico" da integração hemisférica "é saber se somos capazes de fazer com que o livre comércio se traduza, em nosso hemisfério, em um arranjo econômico-comercial favorável a todos, grandes e pequenos, ricos e pobres".
E continuou: "Ou a Comunidade das Américas se constitui com esse espírito, ou representará apenas a consagração -se não o aprofundamento- das desigualdades já existentes".
O presidente reafirmou que o Brasil não está disposto a integrar-se abrindo mão de sua forma própria de negociação e de seus objetivos. "Não estamos dispostos a abrir nosso mercado de serviços sem acesso aos mercados do Norte para nossos produtos agrícolas e industriais."


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