São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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PAINEL

Política antidroga
O governo tenta aprovar, na próxima semana na Câmara, projeto que modifica o sistema nacional antidrogas. O principal ponto é a extinção de penas de prisão para usuários de entorpecentes, mas a proposição endurece as penas para traficantes.

Usuário e paciente
A proposta antidrogas qualifica o usuário como paciente. Na primeira vez em que for pego com drogas, será aconselhado a se tratar. Na reincidência, terá de prestar serviços comunitários. A resistência se concentra em parlamentares religiosos.

Consenso interno
O governo quer aprovar o projeto antidrogas na terça na CCJ e enviá-lo em seguida ao plenário. A proposta é consenso entre os ministérios da Saúde, da Casa Civil, da Educação e da Justiça e as secretarias nacionais de Direitos Humanos e Antidrogas.

Dança dos cargos
O PP de Paulo Maluf, que também não conseguiu um ministério por apoiar Lula, irá comandar o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).

Mágoa feminina
Demitida da Secretaria da Mulher, Emília Fernandes diz que pensa em se desligar do PT.

Veneno interno
Marcello Siqueira (PMDB-MG) defendeu em plenário a manutenção de Luiz Pinguelli Rosa na Eletrobrás. "Há núcleos do PMDB que fazem política para si", critica reservadamente.

Aplausos de batina
A CNBB enviou mensagem parabenizando os 13 deputados e a senadora que devolveram os salários que receberiam a mais na convocação extraordinária.

Caneta sem tinta
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) sua para conseguir as 27 assinaturas para seu projeto que acaba com o pagamento das sessões extraordinárias. Todo mundo diz apoiar a proposta. Mas só seis assinaram.

Como Pilatos
De Amir Lando (Previdência), sobre denúncias contra seu suplente Mario Calixto Filho, condenado pela Justiça Eleitoral e com acusações de remessa ilegal de dinheiro ao exterior: "Cada um com seus problemas".

Confisco collorido
A Pajero que Fernando Collor utilizou em sua campanha ao governo de Alagoas em 2002 foi apreendida pelo banco que a financiou por falta de pagamento.

Próximo alvo
O grupo anarquista Confeiteiros sem Fronteiras planeja jogar torta na cara de José Dirceu (Casa Civil), como fez com o presidente do PT, José Genoino.

Desagravo
Cristovam Buarque recebeu desagravo informal da bancada aliada, ontem, em reunião com Aldo Rebelo. Foi elogiado por senadores como sendo o ministro que mais atendia parlamentares em seu gabinete.

Líder da cada um
Eduardo Suplicy (PT-SP) andou por Brasília com broche do revolucionário vietnamita Ho Chi Min na lapela. Presente de parlamentar do Vietnã, que o convidou para uma palestra sobre renda mínima no país.

Balanço do fórum
O Fórum Social na Índia ampliou contatos na Ásia, mas perdeu força, relatou à cúpula do PT o representante do partido em Mumbai, Francisco Campos (secretário de Mobilização).

Visita à Folha
Dennis Munhoz, presidente da Rede Record; Almicare Dallevo Júnior, presidente da Rede TV; Roberto Franco, diretor de tecnologia do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão); Domingo Alzugaray, presidente do Grupo Três de Comunicação; e Carlos Domingo Alzugaray, diretor-executivo da Editora Três, visitaram ontem a Folha, onde foram recebidos em almoço.

TIROTEIO

De Sibá Machado (PT-AC), sobre o Senado não ter votado ainda nenhum projeto na convocação extraordinária:
-Se minha mãe estivesse viva, diria que esta convocação não é extraordinária, mas sim muito ordinária.

CONTRAPONTO

A gratidão de cada um

Governador de São Paulo, o tucano Mário Covas (1930-2001) preparava-se para deixar o Palácio dos Bandeirantes rumo a Aparecida para as comemorações do 12 de outubro, dia da padroeira do Brasil.
No helicóptero, ao lado do então vice-governador Geraldo Alckmin, recebe o resumo diário de notícias sobre seu governo na imprensa. Começa a folheá-lo e a amarrar a cara, com indisfarçável mau humor.
Na primeira página, uma notícia ruim. Na segunda, uma crítica. Na terceira, questionamento sobre a eficiência do Estado. "Os paulistas não reconhecem o que estamos fazendo", reclamou.
Quando a missa terminou, várias pessoas vieram cumprimentá-lo e beijá-lo. Alckmin tentou amaciar Covas:
-Quanta gente gosta do sr.!
E o mal-humorado responde:
-Em Aparecida não vale. Só tem romeiros de Minas Gerais!


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