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Aécio diz não haver em Minas trabalho escravo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA
Presentes ontem ao velório
dos três auditores do Ministério do Trabalho assassinados em Unaí (MG), o presidente interino da República,
José Alencar, e o governador
de Minas, Aécio Neves
(PSDB), disseram que o Estado não tem registros recentes de trabalho escravo.
Aécio afirmou que todo o
Estado não registra trabalho
escravo "há muito tempo".
"Temos trabalho em condições precárias, alguns conflitos no campo, mas que nos
colocam, em relação a outros Estados, em posição
ainda privilegiada."
Referindo-se ao noroeste
mineiro, onde fica Unaí,
Alencar disse que "não se
tratava de uma região onde
houvesse, pelo menos, indícios de trabalho escravo".
A Procuradoria da República em Minas não confirmou as declarações de Aécio
e Alencar. O procurador-chefe, José Adérsio Leite
Sampaio, afirmou que há casos de trabalho escravo. Ele
disse que, onde ocorreu o
crime, o trabalho em condições análogas à escravidão
não é o maior problema,
mas sim a "alocação subumana dos trabalhadores".
Em outubro de 2003, a
Procuradoria Regional do
Trabalho em Minas ajuizou
ação civil pública, não julgada, contra a Replasa S.A., de
São João do Paraíso. A denúncia era sobre salários pagos pela empresa, que caracterizariam trabalho escravo.
A Agência Folha não encontrou representantes da empresa para falar sobre o caso.
Presentes no velório, o ministro Nilmário Miranda
(Direitos Humanos) e Ricardo Berzoini (Trabalho) afirmaram não ter dúvidas de
que os fiscais foram "executados", provavelmente, por
"gatos" (aliciadores de trabalhadores).
(THIAGO GUIMARÃES e TIAGO ORNAGHI)
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