São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

Próximo Texto | Índice

PAINEL

"No more taxes"
Geraldo Alckmin já definiu uma das linhas de força de seu discurso rumo a 2006. Na reta final da administração em São Paulo, intensificará programa de redução de impostos na tentativa de se contrapor à "fúria arrecadadora" do governo Lula.

Fita métrica
O plano tucano é comparar índice a índice os governos Lula e Alckmin. Nos próximos dias, o secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, divulgará os números da economia paulista em 2004. Na Assembléia, novos projetos de redução do ICMS darão entrada ainda neste semestre.

Ordem unida
Em fase beligerante, FHC defendeu, na reunião da Executiva Nacional tucana, intervenção nos diretórios do PSDB contrários à orientação da cúpula no que diz respeito às eleições de 2006. Nada de dar mole ao PT.

Missão impossível 1
Idéia que José Genoino lança aos poucos começa a provocar reações furiosas dentro do PT. O presidente da sigla advoga que o partido tenha candidatos a governador em apenas seis Estados: São Paulo, Bahia, Sergipe, Piauí, Pernambuco e Acre.

Missão impossível 2
O arranjo concebido por Genoino para facilitar a aliança federal em torno de Lula inclui combinações até aqui impensáveis, como o apoio do PT aos peemedebistas André Pucinelli (MS) e Germano Rigotto (RS).

Campanha de vacinação
Um tucano sabido chama a atenção para a esperteza do PT na passagem de Lula pelo Fórum Social: ao antecipar que o presidente seria vaiado, esvaziou-se o impacto de mídia no dia da vaia propriamente dita.

Tabu à prova
Já está na Casa Civil o anteprojeto de autonomia do BC. O governo quer votar a matéria ainda neste semestre, o que causa calafrios à esquerda do PT.

Caixa-preta
A Presidência escolherá empresas para prestar serviços de apoio ao AeroLula nos aeroportos. Poderá rescindir o contrato em casos de "envolvimento em escândalo", "quebra de sigilo" ou utilização de "informações não divulgadas ao público".

Fechando o cerco
O diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, reuniram-se na quarta-feira passada para discutir o inquérito do caso Waldomiro Diniz. Querem evitar "bateção de cabeça" nas investigações.

Questão de foco
A idéia é concentrar as investigações no contrato entre a Caixa Econômica Federal e a Gtech. As informações do MP dão conta de que Waldomiro esteve bem mais de três vezes na CEF quando era subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil.

Acústico
Antes do Carnaval, os 513 deputados devem receber um DVD com mensagens do candidato oficial petista à presidência da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh, e do atual ocupante do cargo, João Paulo Cunha. Os custos, estimados em R$ 20 mil, serão pagos pelo PT nacional.

Como é mesmo?
A dificuldade em fazer decolar a candidatura de Greenhalgh começa pelas múltiplas variações do nome do deputado ensaiadas por seus pares. Na Câmara, há quem o chame "Greenhalj" e até de "Greenhouse".

Jogo zerado
Virgílio Guimarães, o dissidente petista na disputa da Câmara, tem dito aos colegas que, se eleito, vai rever os acordos para distribuir os cargos da Mesa. Quer neutralizar estratégia de Greenhalgh, que tenta amarrar esses postos em um pacote de adesão à sua campanha.

TIROTEIO

Do senador Jorge Borhausen (PFL-SC), sobre a performance de Lula no Fórum de Davos:
-Embalado pelo espírito pré-carnavalesco, o presidente foi a Davos pedir solução para o problema da fome fantasiado de Robin Hood. Só que, em vez de chegar a cavalo, desembarcou de seu avião de US$56mi.

CONTRAPONTO

Ponto de vista

Em jantar na quinta-feira com a bancada de Pernambuco, o candidato à presidência da Câmara Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) ouviu dos colegas que seria eleito. Eles atribuíram a certeza, em parte, ao fato de ser ele o nome do governo.
Dois dos presentes, o líder do PTB, José Múcio, e o presidente do PP, Pedro Corrêa, evocaram uma conversa que tiveram logo após a eleição do presidente Lula para ilustrar o que diziam.
Na ocasião, Múcio, que havia feito parte da base de sustentação de Fernando Henrique Cardoso, perguntou ao conterrâneo, preocupado:
-Pedro, e agora? O PT venceu. O que vamos fazer?
Corrêa foi prático:
-Não se preocupe, rapaz. Eles estão vindo agora, e eu já sou governo faz tempo. Quando o presidente Lula chegar ao palácio, já vai me encontrar lá para lhe dar as boas-vindas.


Próximo Texto: Lula defende política de juros e a permanência de Meirelles
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.