|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mercado teme influência argentina
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
Reaparece no mercado das especulações uma espécie de "efeito
Orloff". A expressão lembra propaganda de bebida que dizia: "Eu
serei você amanhã". Transposta
para a economia, a frase vira: "O
Brasil será a Argentina amanhã",
em alusão à perspectiva de o país
repetir experiências do vizinho.
Agora, a pergunta é se o Brasil
não voltará a repetir a Argentina,
decretando a moratória da dívida
externa, na hipótese de ser bem-sucedida a renegociação da dívida
do vizinho, ora em andamento.
Foi essa a pergunta que Lorenzo
Mendoza, executivo-chefe da cervejaria venezuelana Polar, fez ontem. "Como será a reação do povo
[a um eventual êxito argentino]?".
Em almoço sobre a economia
brasileira comandado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o tema foi levantado por Moisés Naïm, ex-ministro
venezuelano do Planejamento.
"Se a Argentina obtiver o que
quer [desconto na dívida], o que
dirão os brasileiros? Perguntarão
por que a Argentina pode não pagar, e o Brasil precisa, em vez de
construir escolas e hospitais."
Tanto Meirelles como o ministro Palocci escudaram-se em argumentos que dizem ser de autoridades argentinas para recusar
terminantemente a hipótese.
Palocci: "O presidente Néstor
Kirchner disse que não quer para
nenhum país o que a Argentina
passou com o problema da dívida". Conseqüência óbvia, segundo ele: "Uma solução positiva para o caso argentino não terá nenhuma influência negativa para
outros países".
(CR)
Texto Anterior: Mexicanos devem abrir banco no Brasil Próximo Texto: "Lula é exemplo para o mundo", diz Citibank Índice
|