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Agência usou ex-marqueteiro do presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
Segunda colocada na disputa pela conta publicitária
da Petrobras, a japonesa
Dentsu contratou como seu
consultor no processo de
concorrência um marqueteiro que já coordenou campanhas eleitorais do PT.
Contratado para orientar a
Dentsu na licitação, o marqueteiro Antonio Miguel Cotrim exibe no seu currículo a
participação na coordenação
de duas campanhas de Luiz
Inácio Lula da Silva à Presidência, em 1989 e 1998, além
de ter integrado comitês de
campanhas de José Dirceu,
Antonio Palocci, Eduardo
Suplicy e Angela Guadagnin.
Além das campanhas petistas, Cotrim trabalhou em
campanhas do PMDB -como as de Orestes Quércia,
em 2002 e 2006. No cenário
internacional, ele inclui em
seu currículo participação na
campanha do presidente da
Bolívia, Evo Morales.
Segundo a assessoria da
Dentsu -até o ano passado
sócia da DPZ-, Toni Cotrim
foi contratado para evitar falhas durante o processo de licitação. Uma das maiores
agências do mundo, a Dentsu
não tem tradição em disputas públicas no Brasil.
No ano passado, a empresa
fechou seu balanço com saldo negativo -por ter aplicado R$ 5 milhões na compra
da parte da DPZ na sociedade que elas mantinham há
cinco anos.
Primeira colocada na disputa, a Heads já era uma das
três responsáveis pela área
de publicidade da Petrobras.
Responsável pela comunicação da campanha da petista
Gleisi Hoffman à Prefeitura
de Curitiba em 2008, a agência tem seu nome associado
ao do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Presidente da agência,
Cláudio Loureiro se recusa a
comentar essas especulações. Dizendo-se parte interessada no processo, ele evita
comentar o vazamento do
resultado da análise de propostas.
"Vazamento houve. E certamente a Petrobras tomará
as providências necessárias.
A minha pergunta é: a quem
interessava esse vazamento?", disse Loureiro.
O presidente da Quê Comunicação, Eduardo Godoy,
também participou de campanhas políticas. Em 1998,
Dudu Godoy, como é conhecido, atuou nas campanhas
de Marta Suplicy ao governo
do Estado de São Paulo e de
Zeca do PT, no Mato Grosso
do Sul. Seu portfólio também
inclui participação na campanha de Luiz Inácio Lula da
Silva à Presidência em 1998.
Procurado ontem pela Folha, Eduardo Godoy não respondeu aos telefonemas.
Ontem, os demais concorrentes na disputa pela conta
da Petrobras discutiram uma
estratégia conjunta para
apresentação de recursos à
Justiça. Embora tenham sido orientados a entrar com
ações individuais, eles não
descartavam uma medida
coletiva. "Minha assessoria
foi acionada", admitiu Agnelo Pacheco.
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