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PRESIDENTE POR UNS DIAS
Superstição faz cadeira de FHC ficar vazia
No Planalto, Motta
'fiscaliza' Temer
da Sucursal de Brasília
O ministro Sérgio Motta (Comunicações) fez ontem uma visita-surpresa ao Palácio do Planalto para, segundo ele, "fiscalizar"
-a mando do presidente Fernando Henrique Cardoso- o
presidente interino da República, Michel Temer (PMDB-SP).
"Eu vim para fiscalizar. O presidente (FHC) me ligou e disse:
'vai lá ver o que está acontecendo' ", disse Motta, rindo, em
conversa com Temer.
O comentário em tom de piada
teve resposta de Temer, que
aconselhou o ministro a telefonar para FHC dizendo que a missão estava cumprida.
O segundo dia de Temer como
presidente interino foi tão intenso quanto o primeiro. Além das
visitas extras, houve almoço com
os líderes governistas e de oposição, audiências para membros
de associações e prefeitos do interior de São Paulo.
'Maldição da cadeira'
A cadeira presidencial foi motivo de brincadeiras no almoço. A
superstição impediu que ela fosse ocupada pelos presentes. Em
85, na disputa pela Prefeitura de
São Paulo com Jânio Quadros,
FHC sentou-se na cadeira do então prefeito Mário Covas quando
estava liderando as pesquisas de
opinião. FHC perdeu, e ficou a
lenda que a culpa seria da pressa
em tomar o assento oficial.
Com o mito do azar, a cadeira
permaneceu vazia. O líder do
PTB, Paulo Heslander (MG), sugeriu que alguém da esquerda
ocupasse o lugar.
"Nunca a esquerda vai mesmo
chegar ao poder", disse Heslander. O líder do PFL, Inocêncio
Oliveira (PE), "proibiu" que
Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), líder do governo na
Câmara, sentasse na cadeira.
"Se ele ameaçasse sentar-se lá,
eu correria para me sentar antes", disse.
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