São Paulo, sexta, 30 de janeiro de 1998

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PRESIDENTE POR UNS DIAS
Superstição faz cadeira de FHC ficar vazia
No Planalto, Motta 'fiscaliza' Temer

da Sucursal de Brasília

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) fez ontem uma visita-surpresa ao Palácio do Planalto para, segundo ele, "fiscalizar" -a mando do presidente Fernando Henrique Cardoso- o presidente interino da República, Michel Temer (PMDB-SP).
"Eu vim para fiscalizar. O presidente (FHC) me ligou e disse: 'vai lá ver o que está acontecendo' ", disse Motta, rindo, em conversa com Temer.
O comentário em tom de piada teve resposta de Temer, que aconselhou o ministro a telefonar para FHC dizendo que a missão estava cumprida.
O segundo dia de Temer como presidente interino foi tão intenso quanto o primeiro. Além das visitas extras, houve almoço com os líderes governistas e de oposição, audiências para membros de associações e prefeitos do interior de São Paulo.
'Maldição da cadeira'
A cadeira presidencial foi motivo de brincadeiras no almoço. A superstição impediu que ela fosse ocupada pelos presentes. Em 85, na disputa pela Prefeitura de São Paulo com Jânio Quadros, FHC sentou-se na cadeira do então prefeito Mário Covas quando estava liderando as pesquisas de opinião. FHC perdeu, e ficou a lenda que a culpa seria da pressa em tomar o assento oficial.
Com o mito do azar, a cadeira permaneceu vazia. O líder do PTB, Paulo Heslander (MG), sugeriu que alguém da esquerda ocupasse o lugar.
"Nunca a esquerda vai mesmo chegar ao poder", disse Heslander. O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), "proibiu" que Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), líder do governo na Câmara, sentasse na cadeira.
"Se ele ameaçasse sentar-se lá, eu correria para me sentar antes", disse.



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