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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

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PAINEL

Página solta
O Planalto pediu aos ministros na semana passada um relatório sobre as ações concretas que já foram tomadas desde a posse de Lula. A avaliação do governo é que a mídia só tem explorado os problemas da gestão.

Contra-ataque
Com os relatórios de ações dos ministros, o Planalto vai preparar um dossiê sobre os 100 primeiros dias de governo. Quer refutar as críticas de falta de capacidade gerencial na área social e de continuísmo na econômica.

Como apagar incêndios
O governo federal promoverá amanhã um seminário de comunicação para os assessores de imprensa que trabalham na administração Lula. O tema de uma das palestras será o "gerenciamento de crises".

Cabo-de-guerra
Lula demonstrou a interlocutores preocupação com a disputa interna entre as principais estrelas do PT-SP, que já estão de olho na eleição de 2006 para governador. O caso mais grave é a troca de cotoveladas entre José Dirceu (Casa Civil) e Aloizio Mercadante, líder no Senado.

Todos por um
Lula mandou um recado aos brigões do PT-SP: a preocupação imediata de todos tem de ser o sucesso do governo federal. Se fracassar, todos terão dificuldades nas próximas eleições.

Roupa nova
Virgílio Guimarães (PT-MG), relator da reforma tributária na Câmara, contratou um "personal stylist", abandonou a calça jeans e comprou uma nova coleção de ternos e gravatas.

Segurança pública
Marta Suplicy (SP) pediu a Thomaz Bastos (Justiça) R$ 10 mi para implantar até junho o plano de segurança urbana, elaborado pelo secretário Benedito Mariano. O programa inclui a contratação de 1.500 guardas civis, a criação da corregedoria e de uma patrulha de parques.

Aparar as arestas
José Dirceu (Casa Civil) iniciou uma ofensiva para contornar a crise política do governo Lula com a base aliada. Na sexta-feira, o ministro telefonou para Garotinho (PSB) e marcou um encontro para a próxima terça.

Longe do microfone
Dirceu pedirá a Garotinho que discuta suas divergências com o governo internamente -com ele e com Lula- antes de torná-las públicas. Sinalizará também que o PSB poderá perder os cargos que ocupa nos Estados, caso não vote com o Planalto.

Linha dura
Na noite de terça, Dirceu voltará a Brasília para uma reunião com a bancada do PT na Câmara. Deixará claro que o discurso de Babá na sessão de quinta foi a última "peça" aprontada pelos radicais. Quem não cumprir as determinações do partido a partir de agora será expulso.

Até certo ponto
Parlamentares do PSDB combinaram com Lula que o presidente avisará sempre que considerar que eventual crítica do partido ao Planalto esteja colocando em risco a governabilidade. Se isso ocorrer, os tucanos prometeram mudar de tema.

Vai entender
Portaria publicada no Diário Oficial da União, quinta-feira, identificou Gilberto Gil como ministro "interino" da Cultura.

Pelas beiradas
PMDB e PSDB tentam aproveitar o enfraquecimento de ACM em razão do caso dos grampos ilegais para atrair prefeitos e deputados que hoje integram a base carlista na Bahia.

Antes tarde
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, pediu à seção do partido no Piauí que expulse o prefeito de Guaribas, Reginaldo Correa, acusado de corrupção. A cidade é uma das sedes da experiência piloto do Fome Zero.

TIROTEIO

Do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a passagem do governo FHC para o de Lula:
- Alguma coisa está errada no Brasil. Há três meses o meu amigo Renan Calheiros (PMDB-AL) era governo e a Heloísa Helena (PT-AL) era oposição. Hoje ele continua no governo, e ela, na oposição.

CONTRAPONTO

O jogador e o político

Babá foi um famoso jogador do futebol carioca que atuou pelo Flamengo entre o final dos anos 50 e o início dos 60.
Na semana passada, durante um intervalo das votações no Congresso, dois amantes do futebol, os deputados Chico Alencar (PT-RJ) e Patrus Ananias (PT-MG), conversavam animadamente com o colega Babá (PT-PA) sobre seu homônimo.
- Qual era a posição dele no time do Flamengo?, perguntou o Babá paraense, que foi duramente criticado pelo seu próprio partido durante a semana por se manifestar contra a PEC que abre espaço para aprovar a autonomia do Banco Central.
- Ele atuava na extrema esquerda, respondeu Chico Alencar, para a alegria do deputado petista ultra-radical.
No que Patrus Ananias completou, para risada geral:
- Mas ajudava na defesa do time e ia pouco à linha de fundo!


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