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RESPONSABILIDADE FISCAL
Para ministro, motivação de prefeita foi boa, pois viabilizou a implantação do programa
Palocci justifica irregularidade de Marta com Reluz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci
(Fazenda) justificou ontem irregularidade cometida pela ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy
(PT), em operação de crédito,
afirmando que sua motivação foi
boa. A atitude viabilizou a implantação do Reluz, um programa
federal para melhoria na iluminação pública.
A operação da Prefeitura de São
Paulo com o Reluz foi realizada
inicialmente em 2002, mas recebeu um aditivo de R$ 187 milhões
no ano passado, superando o limite de endividamento do município e descumprindo a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
"Essa questão é bastante serena
para nós, na medida que o procedimento foi para adotar um programa como esse [Reluz], que
tem um nível de sustentabilidade
muito grande. O Reluz dá um retorno de investimento em um
curtíssimo espaço de tempo",
afirmou o ministro.
Palocci chegou a elogiar o procedimento adotado por Marta. "A
Prefeitura de São Paulo foi a única
que informou que tinha feito o
aditivo do contrato. Ela teve o rigor de informar, por isso só o caso
da Prefeitura de São Paulo foi avaliado", disse ele, segundo o qual o
programa Reluz foi feito por 1.500
cidades. Dessas, 16 superaram o
limite de endividamento ao fazer
um aditivo de contrato.
LRF
O Ministério da Fazenda enviou
um ofício ao Senado, em dezembro do ano passado, informando
que a prefeita Marta descumpriu
a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O ofício transformou-se em um
projeto que será votado na CAE
(Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
O governo federal, no entanto,
editou uma MP (medida provisória) para contornar o problema.
As prefeituras foram autorizadas
a tomar financiamentos no âmbito do programa Reluz mesmo que
já tenham estourado o teto para
empréstimos.
A ex-prefeita foi convidada a
participar de uma audiência pública na comissão para explicar o
procedimento. Se ficar caracterizado o descumprimento da LRF a
prefeitura não pode contrair empréstimo antes de adequar sua situação e Marta Suplicy pode ficar
inelegível.
Também foram convidados a ir
à CAE a ex-prefeita de São Paulo,
o secretário do Tesouro Nacional,
Joaquim Levy, e o presidente da
Eletrobrás, Silas Rondeau Cavalcante Silva.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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