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OS DESTAQUES
"Mensalão", uma realidade
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), refutou a tese de que não tenha havido esquema de corrupção para a
compra de votos. O relatório
afirma que o "mensalão" realmente existiu e rebate a versão
de que o dinheiro recebido pelos beneficiários do "valerioduto" sejam apenas recursos
de campanha eleitoral não-contabilizados.
"Sem argumento para explicar o inexplicável, a defesa dos
beneficiários foi a admissão de
um crime, para evitar a confissão de outros praticados: a
não-contabilização das despesas de campanha, conhecida
na sociedade como caixa dois,
e não a prática de corrupção.
Aliás, a tese do "caixa dois" só
apareceu meses depois do início do escândalo, e já então de
forma orquestrada", diz o relatório. O discurso do caixa dois
foi adotador pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, pelo
publicitário Marcos Valério e
pelo próprio presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no início
de julho, um mês depois da entrevista de Roberto Jefferson.
"Em verdade, é reduzir-se
em demasia a inteligência dos
brasileiros imaginar que será
bastante dizer que os milhões
não foram distribuídos a parlamentares, mas sim corresponderiam a caixa dois de
campanhas", completou.
A CPI, no entanto, não afirmou que houve compra de votos, dizendo que os trabalhos
da comissão foram comprometidos pela CPI do Mensalão,
que terminou em novembro
sem relatório final. Assim, a
CPI dos Correios se propôs a
repassar ao Ministério Público
a responsabilidade por confirmar ou não a compra de votos.
Por isso não pediu o indiciamento dos deputados acusados de receber o "mensalão".
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