São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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OS DESTAQUES

"Mensalão", uma realidade

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), refutou a tese de que não tenha havido esquema de corrupção para a compra de votos. O relatório afirma que o "mensalão" realmente existiu e rebate a versão de que o dinheiro recebido pelos beneficiários do "valerioduto" sejam apenas recursos de campanha eleitoral não-contabilizados.
"Sem argumento para explicar o inexplicável, a defesa dos beneficiários foi a admissão de um crime, para evitar a confissão de outros praticados: a não-contabilização das despesas de campanha, conhecida na sociedade como caixa dois, e não a prática de corrupção. Aliás, a tese do "caixa dois" só apareceu meses depois do início do escândalo, e já então de forma orquestrada", diz o relatório. O discurso do caixa dois foi adotador pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, pelo publicitário Marcos Valério e pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de julho, um mês depois da entrevista de Roberto Jefferson.
"Em verdade, é reduzir-se em demasia a inteligência dos brasileiros imaginar que será bastante dizer que os milhões não foram distribuídos a parlamentares, mas sim corresponderiam a caixa dois de campanhas", completou.
A CPI, no entanto, não afirmou que houve compra de votos, dizendo que os trabalhos da comissão foram comprometidos pela CPI do Mensalão, que terminou em novembro sem relatório final. Assim, a CPI dos Correios se propôs a repassar ao Ministério Público a responsabilidade por confirmar ou não a compra de votos. Por isso não pediu o indiciamento dos deputados acusados de receber o "mensalão".


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